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Estado de Minas ASTRONOMIA

Tempestade de meteoros poderá ser vista em todo o Brasil nesta madrugada

Previsão mais otimista é para a visualização de dez mil meteoros por hora em Belo Horizonte. Ápice das luzes no céu ocorrerá por volta das 2h15 desta terça (31)


30/05/2022 17:25 - atualizado 30/05/2022 18:22

Imagem da fragmentação do cometa 73P, que criou a nuvem de meteoros que a terra irá atravessar hoje de madrugada.
Caso a melhor hipótese seja confirmada, teremos uma forte tempestade de meteoros lentos, com luzes intensas, de cor avermelhada ou laranja, caindo a um ritmo de centenas por hora. (foto: NASA)

Uma tempestade de meteoros poderá ser vista em todo o Brasil na madrugada de segunda (30/5) para terça-feira (31/5). Algumas previsões indicam que pode ser um dos fenômenos mais intensos já registrados.
 
O ápice das luzes no céu será por volta das 2h15 da terça-feira (31). O primeiro surto começa às 00h11.
 
Nathália Fonseca, assessora do Núcleo de Astronomia do Espaço de Conhecimento da UFMG e doutora em Física, afirmou que o evento poderá ser observado em todo o Brasil. Dependendo da localização, a porcentagem de visualização dos meteoros será diferente.

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"A visualização depende da posição da constelação radiante, que é onde os meteoros parecem surgir. Nesse caso, a radiante está na constelação de Hércules, que estará mais próxima da América do Norte no horário de pico da tempestade".
 
Para Belo Horizonte, segundo Nathalia, a previsão mais otimista é de 10.000 meteoros por hora. Todavia, trata-se de uma expectativa, sendo possível uma chuva menor.
 
Uma dica para quem quer visualizar ao máximo a tempestade é buscar locais escuros e distantes das luzes artificiais, além de apagar toda a iluminação artificial com 30 minutos de antecedência para dilatar as pupilas e aumentar a sensibilidade dos olhos à luz.

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Tau Herculídeos

A chuva de meteoros denominada Tau Herculídeos acontece todo ano. São detritos do cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3, muitos pequenos, que, ao entrarem em contato com a atmosfera da Terra, atingem temperaturas altas e produzem o efeito visual conhecido como uma estrela cadente.
 
O que aumentou as expectativas para a chuva deste ano é que, segundo previsões astronômicas, a Terra passará pela primeira vez por uma nuvem de detritos criada pela explosão do cometa 73P, em 1995.

Naquele ano, o cometa se partiu em quatro partes, deixando para trás muitos detritos, com dimensões que variam de um grão de areia a uma pedra grande.
 
Por ser densa e recente, a nuvem pode causar uma das chuvas de meteoros mais fortes da história.

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Tempestade de meteoros


Chuvas de meteoros são comuns na Terra. Quem vive em locais afastados, especialmente na zona rural, consegue acompanhá-las de forma mais nítida em comparação aos moradores de grandes centros urbanos.
 
Segundo Nathália Fonseca, os meteoros são fenômenos luminosos muito rápidos com a forma de um risco de luz no céu. Por sua vez, a chuva ocorre quando há uma grande concentração de fragmentos. Já a tempestade é uma intensa chuva desses aerólitos.

Os meteoros partem de cometas que orbitam o Sol, como o Tau Herculídeos e o Halley, visível na atmosfera Terra a cada 76 anos (próxima passagem marcada para 28 de julho de 2061).
 

Dúvidas

A intensidade da chuva desta madrugada tem dividido a comunidade científica. Segundo a revista Sky & Telescope, especialistas de diferentes países não chegaram a um consenso sobre o caso. "Pode ser que ocorra uma explosão de meteoros, ou pode ser que não aconteça nada".
 
Como é a primeira vez que a Terra passa pela região após a explosão do cometa 73P, não há garantias de que o modelo matemático utilizado descreverá perfeitamente a trajetória dos detritos, aumentando o grau de incerteza.
 
Caso a melhor hipótese seja confirmada, teremos uma forte tempestade de meteoros lentos, com luzes intensas, de cor avermelhada ou laranja, caindo a um ritmo de centenas por hora.
 

Desenvolvimento científico


Conforme a doutora em Física Nathalia Fonseca, a chuva de meteoros é importante para o desenvolvimento científico por dois motivos. O primeiro é o de testar as previsões astronômicas, de forma a aperfeiçoar os modelos matemáticos usados nelas. O segundo é a divulgação científica, pelo interesse que esses fenômenos despertam nas pessoas.

“Com os grandes centros urbanos e a iluminação artificial a gente perdeu essa conexão com olhar para o céu, reconhecer estrelas e constelações. Por isso, é um evento muito importante para aproximar as pessoas da ciência e da astronomia”.
 
O Observatório Brasileiro de Observação de Meteoros (Bramon) vai capturar a tempestade de meteoros e transmiti-la em uma live. Quem não estiver em um local de boa visibilidade do céu poderá acompanhar o evento astronômico pela internet.

*Estagiário sob supervisão do subeditor Rafael Arruda


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