Uma tartaruga de uma espécie considerada extinta há 100 anos foi encontrada viva nas ilhas de Galápagos, no Equador. A tartaruga tinha sido localizada em 2019, mas só agora um estudo publicado na Communications Biology, nessa quinta-feira (9/6), confirmou a espécie dela. A tartaruga gigante foi batizada de Fernanda em homenagem à Ilha Fernandina, no Equador, onde ela vive.
Antes dessa, o único registro da espécie Chelonoidis phantasticus, ou "tartaruga fantástica gigante", tinha sido coletado em 1906. Para confirmar que as duas são da mesma espécie, os cientistas compararam o genoma delas e também com de outras 13 espécies de tartarugas de Galápagos. O resultado mostrou que Fernanda era muito parecida com a que eles encontraram na ilha há mais de 100 anos, e ambas eram muito diferentes de todas as tartarugas das outras ilhas.
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Segundo os pesquisadores, hoje existem 14 espécies diferentes de tartarugas gigantes de Galápagos, todas descendentes de um único ancestral. Todas elas estão na Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) como vulneráveis, ameaçados, criticamente ameaçados ou extintos.
De acordo com os cientistas, as populações de tartarugas da região foram dizimadas por marinheiros europeus que as caçavam para comer. Além disso, como elas têm um tempo de geração, as populações têm dificuldade em se recuperar rapidamente.
A ilha onde Fernanda vive quase não foi explorada devido a muitos acessos ao interior dela estarem bloqueados por extensos campos de lava. O arquipélago de Galápagos tem origem vulcânica e é conhecido devido à grande biodiversidade do local. O conjunto de ilhas foi visitado por Charles Darwin em 1835. A observação das espécies inspirou sua teoria da evolução.
Fernanda é mantida no Centro de Tartarugas do Parque Nacional de Galápagos. Lá, pesquisadores têm procurado descobrir como manter a espécie dela viva.