A jovem Laysa Peixoto, de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, fez história ao concluir o Advanced Space Academy, programa internacional desenvolvido pela Nasa para formação de astronautas.
Aos 19 anos, Laysa se tornou a primeira mulher mineira de que se tem registro a finalizar o curso, no Alabama, nos Estados Unidos.
Em 2021, ela descobriu um asteroide analisando imagens do computador de casa, o que a credenciou para ser selecionada pela agência americana. O treinamento no Space Camp, em Huntsville, foi encerrado no mês passado.
"Fico muito feliz por representar o meu estado e o Brasil. As pessoas de lá ficaram muito surpresas ao me verem, e aproveitei para contar um pouco sobre o nosso país", afirmou a jovem, lembrando o fato de ter sido a única estrangeira entre 14 participantes.
Para participar do programa, Laysa chegou a promover uma "vaquinha" on-line. Ela cursa o quarto semestre de física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela tem o sonho de ser a primeira mulher brasileira a viajar para o espaço (veja abaixo).
Imersão
Ao Estado de Minas, a estudante relatou que as atividades em solo americano foram divididas em três missões. O curso durou cinco dias e reuniu situações teóricas e práticas, como escalada e até simulador de caça.
"Cada um tinha o cargo e, na primeira missão, fui engenheira de voo. Eles nos prepararam para simular missões como astronautas em uma réplica da Estação Espacial Internacional", explicou.
Na sequência, Laysa simulou comunicação com astronautas que fazem atividades fora da Estação Internacional. Por último, já na terceira missão, desenvolveu a chamada EVA (atividade extraveicular).
"O treinamento foi um grande passo para mim, porque me ambientou a ter alguns contatos e experiência. Ainda percebi a importância de cada pessoa envolvida na missão, disse.
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Durante a estadia nos EUA, a mineira também teve contato com astronautas certificados pela Nasa. Por ter finalizado o programa, ela recebeu o título de astronauta análoga, concedido àqueles que participam de experiências na Terra.
Próximos passos
A trajetória até o espaço é longa, mas Laysa deu um importante passo ao concluir o programa americano. A contagense quer obter outras certificações, como a de mergulhadora profissional e a do Advanced Space Academy Elite, nível aprofundado das atividades já realizadas.
O objetivo da estudante de física é cumprir os requisitos mínimos para participar de processos seletivos da Nasa. "Muitos astronautas são de países que têm algum acordo com a Nasa. O Brasil, por exemplo, faz parte do programa Artemis. Agora, temos empresas privadas que estão levando pessoas ao espaço, o que amplia essa possibilidade. Quanto mais cursos eu tiver, mais estarei credenciada a conseguir uma vaga".