Quem gosta de contemplar os eventos astronômicos poderá observar, entre quinta (11/8) e sábado (13/8), a última Superlua do ano. O último grande show do satélite da Terra em 2022 terá maior visibilidade na noite desta sexta-feira (12/8), a partir das 18h. Além disso, em alguns lugares do mundo também será possível ver o Saturno perto do nosso satélite.
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“A órbita da Lua em torno da Terra é uma elipse. Então há um momento em que está mais próxima da Terra, no que chamamos de Perigeu, quando ela está por volta de 363 mil quilômetros de distância. Quando o Perigeu coincide com a fase de lua cheia, a lua aparenta estar maior angularmente, que é o momento em que ela se torna a Superlua”, detalha o especialista.
O termo foi criado em 1979, pelo astrólogo Richard Nolle e pode se referir, também, a quando o Perigeu se encontra com a fase de Lua Nova. No entanto, a Lua Nova não tem visibilidade, a não ser que passe em frente ao Sol, oo que culmina um eclipse. Por isso, o termo Superlua é comumente relacionado a, exclusivamente, luas cheias. De acordo com a Nasa, essa é a terceira Superlua de 2022.
Horário certo é essencial para não perder o “espetáculo”
A Superlua permanece entre a noite de quinta até a manhã de sábado. Mas a orientação do professor de astronomia Paulo Brito é focar esforços na noite de sexta-feira (12/8), que é o ápice do fenômeno.
O horário é importante e até mesmo essencial para observar o espetáculo. Segundo Paulo Brito, no início da noite, quando o sol se põe e a lua começa a imergir no horizonte, é o momento ideal de olhar para o céu e encher o olho com o brilho do satélite natural da Terra.
“Nesse período, a diferença na lua é mais perceptível, por conta do próprio horizonte. Parece que a Lua é maior quando ela está nascendo, por conta de uma ilusão de ótica. Quando está no alto do céu, a diferença entre outras luas cheias sem o perigeu é pequena — o que não deixa de ser tão bonito quanto no horizonte”, aconselha o especialista.
Outro momento em que é possível ver o potencial do fenômeno é quando a lua está se pondo, no final da madrugada. “No início da noite e no fim da madrugada são os horários mais bonitos de se ver, pois tem uma camada mais espessa da atmosfera para a luz chegar até nós e os efeitos luminosos se tornam mais bonitos”, define Paulo.
Interessados podem acompanhar o momento a olho nu, mas telescópios e câmeras podem ajudar a viver uma experiência mais detalhada da Superlua, “Quando você olha com o telescópio, você verá detalhes das crateras. Ou quando fotografa com uma câmera que se aproxima razoavelmente (um zoom de 50x), é muito bonito, principalmente no horizonte, quando mistura o satélite com as paisagens”, sugere.
Para os leitores brasilienses, o professor fará uma observação da Superlua a partir das 18h30 desta sexta-feira (12/8), na Pedra Fundamental, em Planaltina. O evento faz parte de uma atividade do projeto de extensão da UnB Planaltina Escola nas Estrelas, feito com os alunos do ensino médio da escola local Stella dos Cherubins. Paulo e outros participantes do projeto levarão quatro telescópios, explicarão sobre o fenômeno e vão tirar dúvidas de visitantes.
A previsão do Instituto de Meteorologia do Distrito Federal é um céu de muitas nuvens. No entanto, vale tentar seguir as dicas do especialista e aproveitar o espetáculo no horário de maior probabilidade de vista do fenômeno.
Superlua de agosto também é conhecida como Lua de Esturjão
As superluas de cada época do ano foram nomeadas por nativos dos Estados Unidos de acordo com eventos terrestres que ocorriam na mesma época. É por esse motivo que a Superlua de agosto foi denominada, por tribos que moravam no nordeste dos EUA, como Lua do Esturjão.
O nome é uma referência ao período em que essa espécie de peixe era capturada nos lagos com facilidade, devido a um aumento no volume de águas que levavam os animais para mais perto da superfície. Já no Sri Lanka, a Superlua de agosto é chamada de Nikini Poya, e marca o aniversário do primeiro conselho budista que ocorreu por volta de 400 a.C.