Morreu nesta segunda-feira (11/9) o cientista Ian Wilmut, que foi o primeiro a conseguir clonar um mamífero no mundo. Em 1996, ele clonou a ovelha Dolly, feito considerado uma das maiores conquistas científicas do século XX. Wilmut foi o líder da pesquisa que realizou a clonagem de Dolly, no Instituto Roslin da Universidade de Edimburgo, na Escócia, que lamentou a morte do cientista.
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Após o sucesso da pesquisa de clonagem, Ian passou a estudar o uso da clonagem para produzir células-tronco que poderiam ser utilizadas na medicina regenerativa.
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De acordo com a Universidade, ele revelou ao mundo o diagnóstico de doença de Parkinson, em 2018, quando se tornou patrono de um programa de investigação criado para permitir ensaios de uma nova geração de terapias que visam retardar a progressão da doença.
Religião e ciência
Em 30 de maio de 2010, deu uma entrevista para o Correio onde deu sua opinião sobre a polêmica que foi muito debatida na época entre a ciência e a religião.
"Os seres humanos têm modificado muitos aspectos de nossas vidas durante séculos e, em muitos casos, isso tem trazido grandes benefícios. Experimentos com animais, por exemplo, foram necessários para desenvolver métodos de imunização que levaram à virtual erradicação de muitas doenças infecciosas que matavam milhares de pessoas a cada ano", afirmou.
Ele também comentou sobre a criação de Dolly.
"Ao criarmos a Dolly, desenvolvemos métodos para introduzir mudanças genéticas precisas em animais, de forma que eles pudessem produzir proteínas ou tecidos usados para tratar humanos. E conseguimos muito mais, porque fizemos com que as pessoas pensassem de forma diferente sobre os mecanismos que controlam o desenvolvimento dos mamíferos. Por causa disso, agora é possível pegar células da pele de uma pessoa e torná-las muito parecidas com as células-tronco embrionárias. Essas células se dividirão muitas vezes, enquanto reterão a habilidade de formar todos os diferentes tecidos de uma pessoa", destacou também na época.