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Burle Marx, o paisagista maior


postado em 25/11/2018 05:06

Os jardins projetados por Burle Marx para o Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro (foto: Camisa Listrada/Atelier de Cinema/divulgação)
Os jardins projetados por Burle Marx para o Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro (foto: Camisa Listrada/Atelier de Cinema/divulgação)


Um dos paisagistas mais importantes do século 20, Roberto Burle Marx (1909-1994) foi mestre na criação de jardins e de locais de convívio com a natureza. Desenvolveu olhar sensível e afetivo para a flora brasileira, tornando-se referência para o modernismo e estabelecendo parcerias com o arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) – inclusive na Pampulha, em BH.


Em Paisagem, um olhar sobre Burle Marx, o cineasta mineiro João Vargas Penna lança um olhar poético sobre a obra desse artista da botânica, que fez inúmeras expedições de coleta e pesquisa, inclusive identificando espécies raras nos biomas brasileiros.


“Tenho ligação com meio ambiente, flora e com as cidades. O paisagismo reúne tudo isso. Burle Marx é o nosso paisagista maior. Para a Sociedade Americana dos Arquitetos Paisagistas, o trabalho dele é o modernismo em paisagismo”, diz João Vargas.

Em cartaz no Belas 3, na capital mineira, o documentário se constrói a partir de imagens do Sítio Burle Marx, Parque do Flamengo e Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro; Fazenda Tacaruna (RJ); Fazenda Vargem Grande (SP); Praça Euclides da Cunha (PE); Ministério das Relações Exteriores, em Brasília; e de projetos na França e na Venezuela.

Paulistano, Burle Marx passou a infância no Rio de Janeiro. Aos 17 anos, foi com a família para Berlim. Os pais o levaram à capital alemã para tratar de um problema de vista. Lá, estudou canto, frequentou teatros, óperas, museus e galerias de arte. Era admirador de Vincent Van Gogh, Pablo Picasso e Paul Klee.


O contato do futuro paisagista com a vegetação tropical ocorreu no Jardim Botânico de Dahlem, em Berlim. “Ele vê plantas maravilhosas nas estufas. Era a flora brasileira, mas tudo ordenadinho como convém a um jardim botânico alemão”, lembra João Vargas. A partir dali, Burle Marx adotou como projeto de vida se expressar artisticamente por meio da criação de jardins.

SERTÃO

Em 1937, ele estava de volta ao Rio de Janeiro. No período entre as guerras mundiais, dedicou-se à criação de jardins em Pernambuco. Um deles, na Praça de Casa Forte, no Recife, reunia espécies da mata atlântica e da Amazônia. No cactário da Madalena, propôs um ambiente propositalmente árido, com plantas do sertão. “As pessoas andavam em volta, na sombra das árvores frondosas, para ver aquele ambiente árido”, conta o diretor mineiro.

O documentário é construído com falas e textos de Burle Marx. Trata-se de um mix de imagens de arquivo e cenas gravadas em 35 mm e Super 8 por João Vargas, que garimpou imagens da Agência Nacional, além de registros de caráter mais íntimo feitos por pessoas que trabalharam com o paisagista. “Optei por um trabalho sensorial. Tem imagens dele e imagem que gravei do José Tabacow, assistente de Burle Marx por mais de 20 anos”, explica o cineasta.


O filme revela outras habilidades do paisagista, que se dedicava à pintura, escultura e gastronomia. João Vargas mostra o ativista atuante no período da ditadura militar, denunciando danos ambientais provocados pela construção da Transamazônica. “Aos poucos, ele virou defensor ferrenho do meio ambiente. Fez uma expedição de 11 mil quilômetros pela Amazônia e pôde constatar a enorme devastação por lá”, diz João Vargas.


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