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CONTRA A CORRENTE DO MEDO

O retorno de Mary Poppins traz Emily Blunt no papel da babá quase perfeita. Sequência tem história ambientada na Grande Depressão e é "uma fantasia esperançosa e emocionante", segundo diretor Rob Marshall


postado em 20/12/2018 05:03

Emily Blunt diz que sequências de dança foram um grande desafio:
Emily Blunt diz que sequências de dança foram um grande desafio: "Tenho um passado na ginástica e sei me mover, mas não sou bailarina" (foto: DISNEY/DIVULGAÇÃO)

O diretor Rob Marshall sempre sonhou em fazer um musical original, e O retorno de Mary Poppins, que estreia nesta quinta (20) nos cinemas brasileiros, era a ocasião perfeita. Marshall seguiu os mesmos princípios ao procurar o visual do filme. “Queria que fosse clássico, mas não datado”, diz. Ele criou, por exemplo, sua própria versão da sequência de animação em 2D, trazendo artistas de volta da aposentadoria para poder fazê-la. “Essa cena faz parte do DNA de Mary Poppins. Não podia deixá-la de fora.”

Mas os movimentos de câmera são mais modernos e há até algum uso de drones, algo que, acredita o diretor, Walt Disney aprovaria. “Ele sempre tirava vantagem das novidades, das novas tecnologias. Então, usamos, mas mantemos as raízes clássicas do original.” A mesma coisa com cenários, que são um pouco mais realistas, até porque se trata de um período sombrio, mas não totalmente. “Assim, quando entramos na fantasia, ela explode na tela.”

Em vez do limpador de chaminés Bert (Dick Van Dyke), a nova versão tem o acendedor de lampiões Jack, vivido por Lin-Manuel Miranda, ator e autor do fenômeno da Broadway Hamilton. “Ele é perfeito para o papel, porque tem uma pureza e um otimismo contagiantes”, afirma a atriz Emily Blunt, que vive a personagem-título. Mas Van Dyke, aos 91 anos de idade, faz uma participação especial. “Ninguém ficou de olhos secos no dia em que ele filmou”, contou Miranda. “Passar um tempo com Van Dyke é como tomar cafeína na veia. Ele tem mais energia que qualquer garoto.”

ENSAIOS Os atores tiveram oito semanas de ensaios, necessários para os números de canto e dança complexos, que deixaram tanto Emily Blunt quanto Lin-Manuel Miranda um pouco preocupados. “Quase tudo foi feito de verdade”, explicou Blunt. “Dançar fez meus joelhos tremerem. Tenho um passado na ginástica e sei me mover, mas não sou bailarina.” Era o mesmo problema de Miranda: cantar, tudo bem, ele fez durante meses na Broadway. Mas dançar não é seu forte. “Quem viu Hamilton sabe que Hamilton não dança nada.’’

Enquanto ele faz um rap, os outros dançam em torno dele. “Tanto que, no dia da minha grande cena de dança em Mary Poppins, eu trouxe meus pais, minha mulher e meu filho para o estúdio. Sabia que era uma oportunidade única.” Aparentemente, deu certo, já que os dois foram indicados para o Globo de Ouro, e Emily concorre também ao prêmio do Screen Actors Guild.

Para todos os envolvidos, O retorno de Mary Poppins não poderia chegar numa hora mais propícia. “Estávamos desesperados para fazer algo assim – uma fantasia esperançosa e emocionante, para equilibrar com esse mundo em que vivemos”, diz Marshall. “Meryl Streep (que faz uma pequena participação) topou imediatamente, me dizendo: ‘Quero fazer parte do envio desta mensagem bonita. Para mim, este é um presente para o mundo neste momento’.” (Estadão Conteúdo)


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