Enquanto boa parte da cidade se prepara para cair na folia a partir desta sexta-feira (1º/3), o reduto de música alternativa de BH mostra que hoje também é dia de rock. A Obra, o “bar dançante” da Savassi, faz uma festa paralela ao carnaval, com a presença da banda Far From Alaska. Os quatro integrantes do grupo, que costumam ter férias forçadas nestes dias de folia, festejam a chance de se apresentar.
O grupo surgiu em 2012, no Rio Grande do Norte, e despontou em 2014, fincando raízes em São Paulo. “Quando morávamos em Natal, íamos sempre para o Carnaval dos Roqueiros, na terça-feira. Era uma tradição entre a galera que, nesses dias, ficava órfã do estilo. Curiosamente, em São Paulo ficamos de folga nesta época do ano”, conta a guitarrista Cris Botarelli, que também atua no sintetizador e nos vocais.
Ela refuta a ideia de que todo roqueiro é avesso à festa momesca. “Descobri Olinda há alguns anos e, sempre que posso, estou lá. É uma festa sem trio ou caixas de som, focada nas bandinhas de frevo, uma vibe muito legal”, diz. A banda se completa com Emmily Barreto (vocal), Rafael Brasil (guitarra) e Lauro Kirsch (bateria). “De nós quatro, sou a mais carnavalesca. Emilly também já foi a Olinda. Apenas os meninos acho que nunca pularam carnaval”, conta Cris.
Mas todos os integrantes, segundo a instrumentista, abarcam influências de ritmos brasileiros ao repertório do Far From Alaska. “Crescemos escutando rock de todos os lugares, inclusive do Brasil. Além disso, fomos crianças dos anos 1990, então o axé também passou por nossas vidas. E ainda curtimos muito todas as músicas daquela época. Ouvimos em playlists nas viagens das turnês”, diz ela.
“A brasilidade, na verdade, é algo muito subjetivo. Nossa geração se criou na internet, com acesso a todo tipo de música. Tudo é mais diluído, hoje em dia, a menos que o artista se lance em um projeto específico de resgate de ritmos tradicionalmente brasileiros. Naturalmente, nossa música reúne essas influências, com um temperinho e um suingue a mais”, avalia.
FEMININO O grupo se distingue na cena do rock nacional pelos raros vocais femininos. Segundo Cris, mesmo estando habituado às bandas lideradas por homens, o público não demonstra resistência ao formato do Far From Alaska. “Ao contrário, há uma galera que quer ver mais meninas cantando e tocando. Estamos em um ponto de mudança de pensamentos, mesmo neste meio que ainda é tão masculino”, afirma a guitarrista e vocalista.
Já o repertório, todo em inglês, causou estranhamento quando o grupo potiguar começou a fazer sucesso. “Fomos muito questionados quanto a isso no período em que nos mudamos para São Paulo. ‘Por que não cantar em português?’, nos perguntavam. Foi algo que nos assustou, porque, em Natal, não havia esse questionamento.”
Cris diz que o inglês surge naturalmente nas composições do Far From Alaska. “Nunca foi nosso objetivo, nem algo pensado para ser assim. A cena underground potiguar é bem diversa e são muitos os grupos que cantam em inglês. Tanto que algumas gírias antigas americanas já fazem parte do linguajar desses artistas. Como nossa geração sempre teve acesso às bandas de fora, cantar em inglês nos soa natural.”
EUROTRIP Após idas pontuais à Europa, os integrantes embarcaram em uma turnê pelo Velho Continente no ano passado. “Existe um senso comum de que o europeu é mais fechado, mas encontramos um público muito receptivo. Aliás, ir a um show de rock de uma banda desconhecida é uma atitude muito mais recorrente por lá do que aqui. Em geral, o brasileiro não sai de casa se não for realmente fã da banda”, afirma Cris. “Havia uma galera curiosa para saber como seria o show de rock de uma banda do Brasil. Muitos só conheciam o Sepultura. Ganhamos muitos fãs nesta temporada por lá.”
Para hoje, o Far From Alaska promete a apresentação “frenética de sempre”, nas palavras da guitarrista. “É um show enérgico, bem explosivo, para liberar energias e liberar geral.” O repertório do show traz faixas do álbum mais recente do grupo, Unlikely (2017), assim como músicas do disco de estreia, Modehuman (2014).
Ao longo da semana, a banda lançou nas plataformas digitais versões acústicas de canções que integraram os dois trabalhos, como Bear e Elephant. As versões integram um EP que sairá em breve. “Essas músicas foram feitas ao violão, mas acabaram adequadas ao nosso estilo, focado nos riffs e nos efeitos de guitarra. Sentíamos que essas composições mereciam ser gravadas nesse formato. São sons bem pesados, que agora podem fazer parte de um luau”, define Cris.
O grupo surgiu em 2012, no Rio Grande do Norte, e despontou em 2014, fincando raízes em São Paulo. “Quando morávamos em Natal, íamos sempre para o Carnaval dos Roqueiros, na terça-feira. Era uma tradição entre a galera que, nesses dias, ficava órfã do estilo. Curiosamente, em São Paulo ficamos de folga nesta época do ano”, conta a guitarrista Cris Botarelli, que também atua no sintetizador e nos vocais.
Ela refuta a ideia de que todo roqueiro é avesso à festa momesca. “Descobri Olinda há alguns anos e, sempre que posso, estou lá. É uma festa sem trio ou caixas de som, focada nas bandinhas de frevo, uma vibe muito legal”, diz. A banda se completa com Emmily Barreto (vocal), Rafael Brasil (guitarra) e Lauro Kirsch (bateria). “De nós quatro, sou a mais carnavalesca. Emilly também já foi a Olinda. Apenas os meninos acho que nunca pularam carnaval”, conta Cris.
Mas todos os integrantes, segundo a instrumentista, abarcam influências de ritmos brasileiros ao repertório do Far From Alaska. “Crescemos escutando rock de todos os lugares, inclusive do Brasil. Além disso, fomos crianças dos anos 1990, então o axé também passou por nossas vidas. E ainda curtimos muito todas as músicas daquela época. Ouvimos em playlists nas viagens das turnês”, diz ela.
“A brasilidade, na verdade, é algo muito subjetivo. Nossa geração se criou na internet, com acesso a todo tipo de música. Tudo é mais diluído, hoje em dia, a menos que o artista se lance em um projeto específico de resgate de ritmos tradicionalmente brasileiros. Naturalmente, nossa música reúne essas influências, com um temperinho e um suingue a mais”, avalia.
FEMININO O grupo se distingue na cena do rock nacional pelos raros vocais femininos. Segundo Cris, mesmo estando habituado às bandas lideradas por homens, o público não demonstra resistência ao formato do Far From Alaska. “Ao contrário, há uma galera que quer ver mais meninas cantando e tocando. Estamos em um ponto de mudança de pensamentos, mesmo neste meio que ainda é tão masculino”, afirma a guitarrista e vocalista.
Já o repertório, todo em inglês, causou estranhamento quando o grupo potiguar começou a fazer sucesso. “Fomos muito questionados quanto a isso no período em que nos mudamos para São Paulo. ‘Por que não cantar em português?’, nos perguntavam. Foi algo que nos assustou, porque, em Natal, não havia esse questionamento.”
Cris diz que o inglês surge naturalmente nas composições do Far From Alaska. “Nunca foi nosso objetivo, nem algo pensado para ser assim. A cena underground potiguar é bem diversa e são muitos os grupos que cantam em inglês. Tanto que algumas gírias antigas americanas já fazem parte do linguajar desses artistas. Como nossa geração sempre teve acesso às bandas de fora, cantar em inglês nos soa natural.”
EUROTRIP Após idas pontuais à Europa, os integrantes embarcaram em uma turnê pelo Velho Continente no ano passado. “Existe um senso comum de que o europeu é mais fechado, mas encontramos um público muito receptivo. Aliás, ir a um show de rock de uma banda desconhecida é uma atitude muito mais recorrente por lá do que aqui. Em geral, o brasileiro não sai de casa se não for realmente fã da banda”, afirma Cris. “Havia uma galera curiosa para saber como seria o show de rock de uma banda do Brasil. Muitos só conheciam o Sepultura. Ganhamos muitos fãs nesta temporada por lá.”
Para hoje, o Far From Alaska promete a apresentação “frenética de sempre”, nas palavras da guitarrista. “É um show enérgico, bem explosivo, para liberar energias e liberar geral.” O repertório do show traz faixas do álbum mais recente do grupo, Unlikely (2017), assim como músicas do disco de estreia, Modehuman (2014).
Ao longo da semana, a banda lançou nas plataformas digitais versões acústicas de canções que integraram os dois trabalhos, como Bear e Elephant. As versões integram um EP que sairá em breve. “Essas músicas foram feitas ao violão, mas acabaram adequadas ao nosso estilo, focado nos riffs e nos efeitos de guitarra. Sentíamos que essas composições mereciam ser gravadas nesse formato. São sons bem pesados, que agora podem fazer parte de um luau”, define Cris.