Lá de cima, a vista é privilegiada. Afinal, ele está a oito metros acima do chão e tem visão total da plateia. Mesmo que faça o mesmo número todas as noites, a emoção é sempre única. É dessa forma que o atleta canadense Nathan Rivera-Drydak define seu grande momento no espetáculo Ovo, do Cirque du Soleil.
“Quando a música começa e pulo pela primeira vez, vendo o público de cima, é incrível. Amo essa sensação”, afirma o atleta, de 28 anos. Rivera-Drydak é um dos grilos do ato que encerra o espetáculo, o grande momento de Ovo, em cartaz até domingo (17), no Mineirinho.
Doze atletas de oito nacionalidades ficam em cena, sem parar, durante oito minutos. Marca registrada de Deborah Colker, diretora e criadora do espetáculo, o muro leva a equipe a saltar incansavelmente. Os movimentos atraem o olhar do espectador, a cada momento, para um ponto do palco, pois a velocidade é grande.
Rivera-Drydak só tem a comemorar.
O Cirque du Soleil é o caminho natural para atletas que deixaram de competir. Rivera-Drydak e Mongey têm histórico semelhante. Crianças, começaram como ginastas. Mongey tinha 11 anos quando assistiu, pela primeira vez, a um espetáculo da companhia.
“É muito diferente da ginástica. O treinamento é intenso”, revela Mongey. E a perfeição cobra seu preço. O dia dos atletas tem início às 9h30. Depois do café da manhã reforçado, eles vão para a academia, às 11h. Chegam ao palco às 14h. Novos treinos.
“Se algum de nós está cansado, não está se sentindo bem, o número será adaptado”, explica Rivera-Drydak. “Se você vê algum colega trabalhando muito, isso acaba sendo estímulo para que você trabalhe muito tempo. Não há competição, mas motivação para estar sempre bem”, completa Mongey.
Um atleta atua no Cirque até os 35, 40 anos. Tudo vai depender do treinamento. “Acho que posso fazer isso por mais uns 10”, comenta Rivera-Drydak. “Não gosto de pensar quando vai acabar, já que me divirto muito e tenho um emprego único”, conclui Mongey.
OVO
Mineirinho. Av. Antônio Abraão Caram, 1.001, Pampulha. Hoje (14), sessão fechada.
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