Programada para este primeiro semestre de 2019, mas sem data nem mesmo mês definidos, a Virada Cultural de Belo Horizonte está em fase inicial de desenvolvimento, segundo a Fundação Municipal de Cultura (FMC) e o Instituto Periférico, selecionado via edital como organização da sociedade civil (OSC) parceira da prefeitura na realização do evento. Sem oferecer mais informações sobre as providências já tomadas, as duas partes afirmam que o projeto está em construção.
“Tivemos nosso resultado homologado na sexta-feira (8) e estamos trabalhando para desenvolver o plano de trabalho exigido pela lei para, depois disso, assinar o termo de colaboração, que é o contrato entre o Instituto Periférico e a Prefeitura de Belo Horizonte. Depois disso, estaremos aptos para dar informações mais detalhadas. Mas, como estamos em negociação de propostas e investimentos, ainda não podemos conversar detalhadamente”, afirma Gabriela Santoro, presidente do Instituto Periférico, nome fantasia da Associação dos Amigos do Centro de Cultura Belo Horizonte (Amicult), que venceu o edital aberto pela FMC.
“Já temos algumas ideias, que foram colocadas na nossa proposta, quando entramos no edital. Mas não posso adiantar nada antes da conclusão desse processo burocrático de elaboração do plano de trabalho, que atribui responsabilidades e diretrizes artísticas e operacionais”, afirma Santoro. Segundo ela, a expectativa é que esse processo seja finalizado ainda neste mês.
Fundado em 1999, o Instituto Periférico se apresenta como uma entidade civil, sem fins lucrativos, de caráter cultural. Entre as realizações de destaque do grupo em Belo Horizonte, como apoiadora, captadora de recursos e gestora de projetos, estão o Festival de Arte Negra (2014 a 2017) e o FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (2009 a 2015).
CONSTRUÇÃO
Entre as responsabilidades que caberão à organização da sociedade civil selecionada para a Virada Cultural estão o planejamento completo do evento, a pré-produção, produção, execução e articulação de parcerias. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Fundação Municipal de Cultura disse que “o evento está em construção, e a data segue a prevista (primeiro semestre de 2019)”. Afirmou ainda que não estão sendo concedidas entrevistas sobre o assunto.
A primeira das quatro edições da Virada Cultural de BH foi realizada em 2013, durante a gestão do ex-prefeito Márcio Lacerda (PSB). A última delas, em 2016, ainda na gestão Lacerda, levou 580 mil pessoas às ruas da capital durante as 24 horas de programação cultural espalhada por diversos pontos da cidade. Durante a administração de Alexandre Kalil (PHS), iniciada em janeiro de 2017, ainda não houve nenhuma edição da Virada Cultural.
Pela Lei Orçamentária Anual (LOA) do município, R$ 850 mil estão previstos como investimento público da Prefeitura na Virada neste ano. A entidade selecionada para organizar o evento poderá captar mais verba para sal realização. Em janeiro deste ano, o secretário-adjunto de Cultura de BH, Gabriel Portela afirmou que haveria “mais facilidade de obter outros recursos” a partir do momento em que a seleção da entidade parceira na organização fosse selecionada.