“Tem treta no treco todo/Tem treta pra cá pra lá/Tem treta que petrifica/Tem treta que faz andar.” É quase um trava-línguas a letra de No quiero tretar, música de Carlos Bolívia e os Médicos Cubanos que será lançada na próxima terça (7) nas redes sociais. Bolívia é mais conhecido em BH por ser a voz das bandas Djalma Não Entende de Política e Orquestra Atípica de Lhamas.
Agora, com os Médicos Cubanos – André Albernaz (teclados), Fernando Feijão Monteiro (bateria), Rodrigo Boi Magalhães (baixo), João Machala (trombone), Ygor Rajão (trompete) e Marcelo Pereira (saxofone) –, ele faz sua primeira incursão solo. Do ano passado para cá, Bolívia vem compondo para este projeto.
Até julho, serão lançadas cinco faixas, que formarão um EP. Já está no ar o lyric video de La cumbita, que teve a participação da cantora Laura Lopes. Todas as faixas irão para o ar acompanhadas por um vídeo dirigido por Gabriel Martins, cineasta que integra a produtora Filmes de Plástico.
“Vivemos um momento em que os independentes estão testando estratégias de lançamento. Estou lançando uma de cada vez com os vídeos, pois percebi como a produção audiovisual é essencial para a música hoje em dia. A audição das pessoas está se dando mais nas plataformas do que ao vivo. Então primeiro quero fisgar esse público para depois fazer show”, afirma Bolívia. Dessa maneira, a carreira solo só deverá chegar ao palco no segundo semestre.
Com 35 anos, Bolívia – filho de boliviano com brasileira – decidiu que era chegada a hora de assinar seu próprio projeto, depois de se firmar em diferentes frentes. “O Djalma é mais pop, a Orquestra Atípica, voltada para a música latina. Ainda sou integrante do bloco Juventude Bronzeada. Ou seja, depois de latino, axé e pop, vi que poderia fazer algo que juntasse todas as coisas. Além disso, como é um trabalho solo, pude reunir músicos de formações diferentes. O Marcelo Pereira vem do choro, por exemplo, enquanto o João Machala é do jazz.”
REFERÊNCIA No quiero tretar bem poderia ser uma canção de Manu Chao, forte referência no trabalho de Bolívia. A letra esperta, que remete ao deboche do Djalma, de certa maneira é uma resposta às tantas “tretas” do mundo atual. A gravação tem uma nuance mais sofisticada, graças aos metais – o solo de Machala é o destaque. Já La cumbita, que remete ao popular gênero colombiano, tem letra mais séria e levada mais lenta, com Laura e Bolívia se dividindo entre o português e o castelhano.
“Quando se está em um coletivo, você tem que, de alguma maneira, encontrar um ponto em comum. Com o solo você tem mais liberdade”, diz Bolívia. Gravado no estúdio Motor por Rafael Dutra, o EP, com direção musical de Albernaz e Bolívia, foi masterizado por Kiko Klaus. A ideia do músico é lançar as três faixas restantes com um intervalo de pelo menos 15 dias.