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Agnès Varda repassa em documentário sua vida de cinema

Último filme da cineasta precursora da nouvelle vague, que morreu em março passado, aos 90 anos, 'Varda por Agnès' está em cartaz em Belo Horizonte


postado em 11/05/2019 05:10

A cineasta Agnès Varda em cena do documentário Varda por Agnès, em cartaz em Belo Horizonte (foto: Imovision/Divulgação)
A cineasta Agnès Varda em cena do documentário Varda por Agnès, em cartaz em Belo Horizonte (foto: Imovision/Divulgação)


“O pesadelo de um cineasta é um cinema vazio”, diz Agnès Varda, a certa altura de Varda por Agnès, o seu filme-testamento, em cartaz em Belo Horizonte. É para plateias lotadas que ela revisa seus títulos e suas ideais sobre o cinema – sempre com graça e encanto – em sucessivas palestras conferidas ao longo de anos, que esse filme reúne num mesmo fluxo.

A cineasta belga morreu em 29 de março passado. Faria 91 anos no próximo dia 30. O Festival de Cannes a homenageia com o cartaz da edição 2019, que reproduz uma foto sua, equilibrada nas costas do operador de câmera de La pointe courte, de 1954. A ousadia, a liberdade e a espontaneidade que essa imagem traduz perpassam Varda por Agnès de ponta a ponta.

Talvez pressentindo o fim, Agnès antecipou-se e fez a própria avaliação de seu legado. Mas mascarou o gesto. Na entrevista que deu sobre o filme no Festival de Berlim, em fevereiro, um mês antes de sua morte, disse que era convidada com frequência para ministrar máster classes e que Varda por Agnès era a sua máster class filmada. Quando lhe pedissem novas aulas magnas, enviaria o filme. Queria ter tempo de se concentrar nas suas instalações. Deixara de se considerar cineasta para se assumir como artista.

O filme começa com Varda sentada na sua cadeira de diretora, no palco de um belo teatro, que vai se transformar em cinema para acolher as projeções de trechos de seus filmes. A diretora anuncia as três pedras básicas do seu credo autoral: inspiração, criação e compartilhamento. A inspiração é o motivo, o tema que a leva a realizar seus filmes e instalações. A criação é o processo, o trabalho pelo qual transforma ideias e intenções em espaço, tempo, audiovisual. E o compartilhamento é o objetivo final.

“Quando termino um filme, nunca penso se poderia ter feito melhor ou se poderia ter saído pior. O que me interessa é avaliar meu processo de criação e o porquê. Tento sempre me manter espontânea. O documentário tem duas partes, eu no século 20 e no 21. No século 20, eu ainda era diretora, no 21, sou uma artista”, afirmou, em Berlim

Ao falar sobre o hoje clássico Cléo das 5 às 7, de 1962, Varda conta que tentou, no filme, “combinar o tempo objetivo com o tempo subjetivo” e usou o artifício de contar apenas duas horas na vida da personagem para contornar a escassez de orçamento. A autora de As duas faces da felicidade, Os Panteras Negras, Duas mulheres dois destinos, Os desajustados e Visages Villages, entre outros, relembra seu período vivido em Hollywood, o engajamento feminista sem perder o humor –“Ríamos muito, enquanto lutávamos pelos direitos das mulheres” – e o amor pelo companheiro de vida Jacques Demy (1931-1990). Enfim, dá uma aula de cinema e de vida com Varda por Agnès. (Estadão Conteúdo)


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