– Você a viu, ela está imprevisível. Outro dia, cheguei e ela estava escrevendo uma idiotice com a qual 20 pessoas iam se identificar, mas ninguém ia comprar. Ela é a Ashley O, não o maldito Leonard Cohen. Não entende como tudo isso é frágil – diz Catherine.
– Acha que devo aumentar a dose? – responde o doutor Munk.
O diálogo entre a tia e empresária da popstar Ashley O (Miley Cyrus) e o médico que cuida da moça, no terceiro episódio da quinta temporada de Black mirror, expõe a relação tóxica entre jovens artistas e seus agentes. O episódio Rachel, Jack and Ashley Too começa com o lançamento da cópia virtual da cantora em formato de boneca. O objetivo é fazer com que os fãs se sintam mais próximos de Ashley. A situação sai do controle quando uma garota (Angoure Rice) descobre que nem a boneca nem a cantora são o que parecem ser.
Ficam evidentes as semelhanças com a vida da popstar Britney Spears, sob custódia do pai depois dos escândalos ocorridos em 2007, e com a carreira da própria Miley Cyrus, que luta para se distanciar da imagem de Hannah Montana, a personagem do seriado da Disney que a projetou. Sem dar muitos spoilers, o episódio tem final feliz, algo incomum para Black mirror, disponível na Netflix.
Em tempo: Ontem, foi lançado o videoclipe On a roll, de Ashley O/Miley Cyrus, no YouTube.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria