O Festival Minas Canta Marku reúne, desta quarta (19) até domingo (23), diversos artistas mineiros em shows que homenageiam a memória do músico Marku Ribas (1946-2013). Subirão ao palco do CCBB-BH Júlia e Lira Ribas, filhas de Marku; Pedro Braga, Toninho Horta, Juarez Moreira, Sérgio Pererê, Marcelo Veronez, Iconili, Marina Machado, Pedro Morais, Bauxita, Tattá Spala, Barranqueiros, Eda Costa, Priscilla Magela, Márcio Levy, Geovanne Sassá, +Samba, Black Jack 21, Cristiano Cunha, Adriano Campagnani, Titane, Célio Balona, Néstor Lombida Hunt e Bloco Magnólia.
Além de shows, o evento contará com oficinas gratuitas sobre a obra de Marku. O músico nascido em Pirapora influenciou composições do jazz ao samba, do samba-rock à música barranqueira. “Queremos sensibilizar as pessoas para a riqueza da cultura poética e da musicalidade brasileira, por meio da experimentação e da reflexão sobre a obra de Marku, ao destacar sua importância para a divulgação e a consolidação da cultura nacional”, diz Julia Ribas.
“Com esse festival, conseguimos capturar a essência ebulitiva de meu pai e entregar ao público a sonoridade, a expressão e a criação deste que é um dos artistas brasileiros mais completos, diz a cantora, que é idealizadora e curadora do evento, junto com o músico, violonista, guitarrista e produtor barranqueiro Pedro Braga, de Pirapora. Julia afirma que o festival é uma chance de reunir os amigos, além de celebrar a obra de seu pai. “Não tivemos nenhuma dificuldade para organizar o evento, pois todos os convidados toparam na hora. Preservamos também a ideia das oficinas, que era um dos requisitos de Marku em seus shows, pois ele não gostava de guardar suas ideias com ele.”
Para Lira Ribas, atriz, diretora e figurinista, a obra do pai merece ser revisitada em vários momentos e espaços. “Pensando nisso, temos a ideia de dar continuidade (ao festival), com encontros nacionais entre outros tantos artistas que foram amigos e influenciados pela obra dele. No festival, entro mais na parte técnica cênica, mais teatral, conceitual. Meu pai deixou muitos projetos em andamento e ainda temos muito a fazer”, afirma.
Ela conta que, entre diversos projetos, Marku deixou a autobiografia Marku por Marco Antônio e um livro de poesias. Ambos ainda não foram publicados. “Participo do festival todos os dias e faço a abertura mostrando textos dele ainda inéditos. É nosso objetivo também publicar esses dois projetos. Meu pai nunca perdia o fervor artístico. Era inquieto. Exemplo disso é que, quando se mudou para São Paulo, já estava com 60 anos. E no tempo em que andou por lá deixou um legado enorme e muitos músicos paulistas da nova geração seguem a sua obra. Ele tinha um público que abraçava o trabalho dele”, diz Lira.
Fã da obra de Marku Ribas, Marcelo Veronez cantará seis canções do artista no festival. “Tive poucos encontros com ele, mais em shows mesmo, mas conheço bem e admiro muito a sua obra. Sou amigo de Lira e foi com ela que conheci o gênio. Fiquei muito honrado com o convite, pois sou encantado pelo trabalho de Marku, desde quando o ouvi pela primeira vez. Confesso que pirei na hora. Passei a cantar as músicas dele em todos os meus shows”, conta Veronez.
Marku soube misturar e divulgar, como poucos, as nuances regionais e diversidades sonoras da música brasileira. Ele fez com que a vivacidade de batuques, poemas e harmonias ocupassem espaços universais, para muito além das margens barranqueiras, e tem admiradores famosos, como Ed Motta, Max de Castro, Simoninha, Lenine e Charles Gavin, entre outros.
FESTIVAL MINAS CANTA MARKU
De quarta (19) a domingo (23), no Centro Cultural Banco do Brasil. Praça da Liberdade, 450, Funcionários, (31) 3431-9400. R$ 30 e R$ 15 (meia). Shows e oficinas. Programação: www.markuribas.com.br.