Quando Elena Irureta contou à família que seria uma das atrizes de Pátria, série sobre o grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade), seu cunhado ficou um pouco alarmado com o novo papel. "Entre amigos e familiares, ele presenciou a morte de quatro pessoas. Um deles, inclusive, levou um tiro bem na sua frente", conta a atriz de 63 anos, conhecida por muitos papéis na TV espanhola. Ela é uma das protagonistas da primeira e mais aguardada produção da HBO na Espanha, cuja estreia está prevista para o ano que vem.
Baseada no fenômeno editorial homônimo do escritor Fernando Aramburu, Pátria se desenvolve em três décadas em Euskadi (País Basco). Seus protagonistas – duas famílias divididas por causa do terrorismo – mostram como as pessoas comuns vivem no contexto de um conflito que, mesmo sendo local, tem elementos semelhantes aos de outros confrontos pelo mundo. A vida de Bittori (Elena Irureta) e sua família muda completamente no dia em que o ETA mata seu marido, Txato (José Ramón Soroiz), na porta de sua casa. As relações com a família da sua amiga Miren (Ane Gabarain), cujo filho Joxe Mari (Jon Olivares) milita no grupo, são cortadas.
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A adaptação televisiva do romance de Aramburu terá oito episódios, todos escritos e produzidos por Aitor Gabilondo. Com direção de Félix Viscarret e Óscar Pedraza, Pátria começou a ser rodada na Espanha no início do ano e, ao contrário do que muitos imaginam, os trâmites para adquirir os direitos da trama foram obtidos com facilidade. Gabilondo foi quem negociou com Aramburu. "Ele me disse que a série deveria se chamar Mátria e não Pátria, já que a história era quase um western de senhoras", brinca.