Criado em 1971, o Festival Nacional da Canção (Fenac) chega – sem interrupções – à 49ª edição. Realizado no Sul de Minas, é considerado um dos maiores eventos do gênero no Brasil. “É muita luta”, resume Gleizer Naves, idealizador e coordenador do festival, ao comentar as dificuldades para desenvolver projetos desse porte num momento de incerteza quanto ao futuro da política cultural do país.
Este ano, o Fenac lançou uma novidade: a modalidade on-line, permitindo a artistas que moram no exterior participar da disputa. Os shows são transmitidos pela internet. “Recebemos músicas da Ucrânia, Estados Unidos e Portugal. Na etapa de Três Pontas, os ucranianos classificados mandaram mensagem dizendo que estavam acompanhando tudo ao vivo, direto lá do país deles”, orgulha-se Gleizer.
Homens e mulheres disputam em pé de igualdade o Troféu Lamartine Babo. “As inscrições são meio a meio”, informa o organizador do Fenac. “São Paulo, Minas e Rio de Janeiro centralizam a maior parte. Os paulistas preponderam, talvez porque o pessoal do Norte e Nordeste se muda para lá, onde as chances são maiores”, acredita.
Guilherme Arantes vai fechar o Fenac, em 7 de setembro, em Boa Esperança. Metade das músicas classificadas será apresentada na quinta-feira (5) e a outra metade, na sexta (6). Dali sairão as 10 finalistas. O júri é formado por músicos, letristas, artistas, maestros e jornalistas. Entre os jurados confirmados estão Kiko Ferreira, presidente da Rede Minas, o poeta Murilo Antunes, um dos destaques do Clube da Esquina, e o artista plástico Fernando Pacheco.