Uma ode ao violão. A partir desta quarta-feira (4), o Conservatório da UFMG abriga uma programação que celebra este que é um dos instrumentos mais populares da música. Até sexta-feira (6), o Sons da Cidade: Mostra Internacional de Violão de Belo Horizonte reúne instrumentistas em apresentações que destacam a produção musical contemporânea voltada para o queridinho das cordas.
O encontro tem produção do instituto cultural Abrapalavra e curadoria de Fernando Chagas e Carlos Walter. "O objetivo é aproximar o público do saber sobre o violão, um potencializador da cultura, criando um espaço de convivência, intercâmbio e troca, para permitir acesso a essa arte. Afinal, Minas Gerais é celeiro de violonistas e de grandes compositores. O evento foca em músicos, estudantes de música e entusiastas", dizem.
Entre representantes regionais e internacionais, farão recitais os brasileiros Lucas Telles, Celso Faria, José Lucena Vaz e André Siqueira e o argentino Conrado Paulino, o italiano Diego Salvetti, e a francesa Elodie Bouny.
Tendo a música instrumental como protagonista, as apresentações propõem um passeio por diferentes estilos. Lucas Telles se concentra em seu novo álbum, com uma linguagem direcionada ao clássico, ao choro e ao jazz. "Trabalho com o violão já há muitos anos e venho criando um conjunto de composições.
No show da mostra, grande parte das músicas está no CD Outono, que lancei em agosto, além de outras gravadas e inéditas destacadas no disco de meu grupo, Toca de Tatu, Afinidade, de 2017", conta.
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O multi-instrumentista André Siqueira comparece com o álbum Solos, que contempla releituras de canções do repertório da música brasileira com arranjos para violão e violão barítono, em uma execução solo e versões instrumentais. Nas referências, Tom Jobim, Edu Lobo, Djavan, Chico Mário, Elpídio dos Santos, Jacob do Bandolim e Guinga, entre outros.
Hoje com 43 anos, Siqueira se dedica ao violão desde os 7. “Faz parte de mim, da minha vida, sou apaixonado pelo instrumento. É minha forma de conexão com a música. É quase a extensão do meu corpo”, afirma.
Elodie Bouny encerra o evento com o recital Reflexos, em que explora sua criação Terra adentro, com arranjos latinos e a chamada música de fronteira, reunião de compassos caribenhos, argentinos, chilenos e brasileiros. A violonista apresenta, basicamente, músicas autorais. A instrumentista toca violão desde os 7 anos e tem formação em violão clássico. A partir dos 20, começou a criar suas próprias obras. À linha erudita aos poucos adicionou o trabalho com a veia latina, contrapondo tradição e contemporaneidade. “Ao longo da vida, fui sendo influenciada por estilos diferentes, nutrindo-me do que ia acontecendo, até chegar a um estilo pessoal, misturando todas essas influências”, conta.
O evento faz homenagem a José Lucena Vaz, que apresentará algumas músicas. Aos 75 anos, o violonista tem uma rica história na música mineira e brasileira. Ele é considerado um dos introdutores do estudo do violão, criou o curso na área na UFMG, em 1976, e atuou na formação de inúmeros músicos brasileiros e estrangeiros.
Na programação, estão previstos também workshops e rodas de conversa que contam com intérprete de libras. Na quinta (5), Alessandro Soares, responsável por um acervo digital do violão brasileiro, que é um portal de informação sobre o instrumento no Brasil, ministra o workshop “O violão brasileiro: memória, produção atual e mídia”.
A mediação é da compositora, musicista e violonista Deh Mussulini. Ao fim do dia, é a vez do bate papo com Diego Salvetti e Conrado Paulino, mediado pela musicista Letícia Bertelli e, na sexta-feira (6), a conversa é com André Siqueira e Elodie Bouny, coordenada pela violeira Letícia Leal. Nas conversas, os artistas abordam sua própria produção musical, inspirações e trajetórias com a música.
Toda a programação é gratuita, e é bom chegar com antecedência, já que a participação nos recitais é sujeita à lotação. Os ingressos podem ser retirados 30 minutos antes das apresentações.
Sons da Cidade – Mostra Internacional de Violão de Belo Horizonte
De quarta (4) a sexta-feira (6), no Conservatório UFMG (Avenida Afonso Pena, 1.534, Centro. 31.3409-8300). Entrada franca. Mais informações e programação completa no site do Conservatório.