“MPB contemporânea”. Assim a cantora, percussionista e compositora mineira Elisa de Sena define seu trabalho. Neste domingo (8), ela lança Cura (Natura Musical), seu primeiro disco solo, em show no Teatro Francisco Nunes.
“Cura chega quando completo 37 anos. Foram anos de maturação, ele é meu ritual de iniciação”, diz ela. O repertório do show terá as canções do álbum, além daquelas já gravadas por ela.
“A ideia é fazer um show bem parecido com o disco, que tem 11 faixas. A primeira (Foi agora que cheguei) é de domínio público. Muito cantada pelos congadeiros, contou com a participação especial do Maurício Tizumba”, informa. Negra rima é parceria de Elisa com Maíra Baldaia. Sustenta foi composta com Manu Ranilla.
“Pra mim, é muito importante construir música que chegue como um todo nas pessoas. Nesse trabalho, minha voz não está muito mais alta do que os instrumentos, algo comum em CDs solo. A intenção é colocar a voz dentro da massa sonora, dando importância a todos os elementos que formam a música e não apenas à minha performance”, explica.
O feminino e a negritude inspiram Elisa. De acordo com a cantautora, isso é fruto de seu incômodo com a forma como questões ligadas às mulheres e à comunidade negra são contadas, historicamente, por homens brancos.
O Coletivo Negras Autoras, Maíra Baldaia, Josi Lopes, Johnny Herno e Hadassa Amaral farão participações especiais esta noite. A banda de Elisa reúne Letícia Damaris (guitarra), Gustavo Cunha (guitarra e synth), Ricardo Campos (baixo) e a DJ Black Josie, responsável pela produção do disco.
O trabalho da mineira tem profunda relação com a militância. “Desenvolvi o gosto pelas artes acompanhando de perto manifestações de grupos dedicados à cultura negra. Em 2015, me engajei na fundação do Coletivo Negras Autoras, que alcançou bastante expressividade ao levar para o palco o posicionamento da mulher negra ativista na sociedade”, conclui Elisa.
ELISA DE SENA
Show de lançamento do álbum Cura. Neste domingo (8), às 19h. Teatro Francisco Nunes. Parque Municipal,
Av. Afonso Pena, 1.377, Centro.
Entrada franca. O CD custa R$ 20. Informações: (31) 3277-6325.