– Não seja chata, é só uma festa. Por favor – pede Sam.
– Não – retruca Kate.
– Sim – ele insiste.
– Não – ela responde.
– Sim. É meu aniversário – diz Sam.
– Não podemos dar festas. Seremos expulsos. Não querer ser sem-teto é ser chata? – questiona Kate.
– Só uma reunião. Convide a Jéssica para transar – ele sugere.
– Não quero que vejam onde moro. Vão me achar uma mendiga – ela continua.
– Morar em hospital abandonado é para transar – Sam explica.
– Não, Sam. É para guardar grana e comprar uma casa – diz Kate, encerrando a questão.
Depois da consagração no Emmy, com seis estatuetas para a comédia Fleabag, a estrela da atriz e roteirista britânica Phoebe Waller-Bridge não para de brilhar. No Brasil, Fleabag está em cartaz na Amazon Prime Video. Por aqui, a Netflix passou a exibir outra comédia da mesma autora.
Crashing (2016) acompanha um grupo de amigos de 20 a 30 anos que vive em um hospital abandonado de Londres. A festa sobre a qual Sam (Jonathan Bailey) e Kate (Louise Ford) discutem, logo no início do primeiro episódio, realmente acontece. A surpresa será a chegada de Lulu (Phoebe Waller-Bridge). Amiga da vida inteira de Anthony (Damien Molony), ela vem com seu ukelele embaixo do braço para tentar a sorte em Londres.
Anthony e Lulu nunca tiveram nada, mas logo descobrimos que o buraco é mais embaixo. Kate, noiva de Anthony, é a cara da amiga dele que acabou de chegar. Dá para perceber o clima entre o casal de amigos.
A Lulu de Waller-Bridge é uma espécie de versão um pouco mais jovem de Fleabag. Desbocada, um tanto senhora de si, usa o sexo como arma. Em Crashing, ela não ganhou o protagonismo da série posterior. Ainda que inferior à série consagrada, Crashing tem seus bons momentos. Que, infelizmente, passam rápido. Os seis episódios da primeira e única temporada não ultrapassam 20 minutos.