Jornal Estado de Minas

ARTES CÊNICAS

Galpão convida o público a acompanhar o nascimento de sua nova peça

 Desde a última quinta (10), os integrantes do Grupo Galpão estão num processo imersivo de preparação para seu novo espetáculo, cuja estreia está prevista para o primeiro semestre de 2020.
 
Durante os meses de outubro e novembro, a trupe participa do projeto “Experimentos cênicos”, para o qual convidou diretores que orientarão seu processo criativo. “Já é uma prática da nossa companhia promover essa troca de experiências, que é extremamente enriquecedora. Acho que todos ganham, e a gente aprende muito”, afirma o ator Eduardo Moreira.
 
Os dois trabalhos mais recentes do Galpão são frutos desse tipo de atividade. Em Nós (2016), a base foi o trabalho de improvisação e escuta feito com a atriz e diretora Miwa Yanagizawa, e em Outros (2018), a oficina com a performer Eleonora Fabião norteou todo o processo de criação do espetáculo.
 
A primeira fase do projeto para o espetáculo inédito conta com a participação dos diretores mineiros Marcelo Castro e Vinícius Souza, que trabalharão com os atores em ensaios fechados até esta terça (15). Na quarta (16) e na quinta (17), o público poderá conferir o resultado dessa primeira etapa de experimentação, na sede do grupo, na Sagrada Família, e com entrada franca.
 
“A grande novidade é essa: abrir para que as pessoas possam conferir como está sendo esse processo. É um recorte, na verdade. Mas que dá um pouco a dimensão do que estamos fazendo”, diz Eduardo Moreira, que trabalhou anteriormente com Marcelo Castro, quando foi dirigido por ele no monólogo Danação (2016).
 
O ator comenta que, nesses dias de pesquisa – a preparação ocorre das 14h30 até as 20h – estão trabalhando com afinco a relação da poesia e da palavra poética com o teatro.
“Nosso material de pesquisa tem sido poetas brasileiros contemporâneos vivos. A gente tem pensado muito na coisa do poema enquanto imagem, enquanto escrita. O Marcelo segue muito essa linha e queria fazer alguns experimentos para embasar nossa nova montagem”, conta.
 
As atividades têm também a participação especial de artistas de outras linguagens, como o poeta Ricardo Aleixo, a artista plástica Júlia Panadés e o músico Rafael Martini. “Na arte, está tudo interligado. É bacana também contar com esses novos olhares ao longo do nosso desenvolvimento”, diz Eduardo.

Na próxima semana – de segunda (21) a sexta (25)– o “Experimentos cênicos” terá a presença do diretor Amir Haddad, mineiro radicado no Rio e conhecido por seu trabalho de desconstrução da linguagem teatral clássica. “Amir foca muito nessa questão do teatro de rua, da música, que tem muito a ver com o que o Galpão faz também. É o encontro do nosso teatro de rua com o dele”, diz Moreira.
A mostra para o público da atividade realizada com Amir Haddad ocorrerá nos dias 26 e 27 de outubro.
 
O convidado do encerramento do projeto (de 4 a 8 de novembro) será o professor e cineasta Rafael Conde, autor do recém-lançado livro O ator e a câmera. Conde realizará com os integrantes do Galpão filmes de curta duração, explorando as linguagens documental e ficcional.
 
“Ele vai abordar essa questão da relação do cinema com o teatro, além do ator com a câmera. E, assim como nas outras etapas, o público vai poder conferir posteriormente (nos dias 9 e 10 de novembro) um pouco do que foi construído na sala de ensaio. Estamos muito animados e tenho certeza de que será um projeto muito produtivo”, diz Moreira.
 
 
“Experimentos cênicos com diretores convidados”
Mostra de processo de criação do próximo espetáculo da companhia. Nesta quarta (16) e quinta (17), às 19h, será exibido o resultado do trabalho realizado com os diretores Marcelo Castro e Vinícius Souza. Nos dias 26/10 e 27/10, com o diretor Amir Haddad; e nos dias 9/11 e 10/11, com o cineasta Rafael Conde. 
Às 19h, no Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3.413, Sagrada Família). Entrada franca.
Senhas serão distribuídas uma hora antes. 

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