Este ano, no mercado de streaming por assinatura surgiram fortes concorrentes da Netflix, que dominava o setor. É o caso da Amazon Prime Video, que exibe a premiada Fleabag.
Agora é a vez de a Apple TV+, vinculada à gigante corporação de tecnologia, buscar seu espaço. Uma das apostas da empresa é a produção original The morning show. Estrelada por Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell, a série se inspira no livro Top of the morning – Inside the cutthroat world of morning TV, do jornalista Brian Stelter, sobre os bastidores dos programas matinais da televisão norte-americana.
A adaptação traz empresas e personagens fictícios num contexto muito atual. A história começa quando o programa que dá nome ao seriado vira notícia por conta do afastamento do apresentador Mitch Kessler (Steve Carell), acusado de má conduta sexual. Cabe a Alex Levy (Jennifer Aniston), a outra âncora, comandar o show sozinha e dar satisfações ao público sobre a postura da emissora diante do caso.
A comédia dramática tenta explorar os meandros da atividade televisiva, mostrando a rotina extenuante dos profissionais, que acordam diariamente às 3h30, a correria dos produtores e a crise do modelo de negócios na TV tradicional. Além do escândalo sexual, o programa enfrenta a queda de audiência. A direção da corporação, personificada em Cory Ellison (Billy Crudup), cogita tirar Alex do cargo que ela ocupa há 15 anos. Há também o conflito entre gerações, marca deste universo corporativo.
Enquanto a grave crise se desenrola em Nova York, numa emissora menor, na Virgínia Oriental, a repórter Bradley Jackson (Reese Witherspoon), conhecida pelo temperamento explosivo, vai cobrir um protesto numa mina de carvão reaberta. Quando o cinegrafista é agredido, ela interpela o manifestante e lhe dá uma lição de moral. Flagrada por uma câmera anônima, a cena viraliza e é compartilhada nacionalmente por internautas.
A fama instantânea leva Bradley ao The morning show. Convidada a ser entrevistada por Alex Levy, seu discurso firme logo chama a atenção da direção da emissora. Ameaçada de perder o lugar para a repórter mais jovem, a personagem de Aniston se torna rival dela, enquanto cobra explicações do ex-colega de bancada pelo escândalo em que ele se meteu, que pode também arruinar a carreira dela.
Mitch Kassler se diz inocente e questiona o #MeToo. Na vida real, esse movimento feminista chamou a atenção para denúncias de mulheres contra abuso sexual no ambiente de trabalho. Em The morning show, ele abre caminho para a trama se sustentar no entrelaçamento das relações pessoais e profissionais dos personagens.
Com 10 episódios de 60 minutos, a primeira temporada custou cerca de US$ 150 milhões, investimento considerado alto para a TV, muito em função da presença das estrelas hollywoodianas no elenco. Além de The morning show, o canal Apple TV apresenta, desde sexta-feira passada, a série original See, distopia ambientada num futuro pós-apocalíptico em que a humanidade é privada da visão. A produção é estrelada por Jason Momoa, astro de Aquaman e Game of thrones.
THE MORNING SHOW
Apple TV
1ª temporada
10 episódios