Nesta quarta-feira (13), o Skank se encontrará pela primeira vez com o público desde o anúncio, feito no último dia 3, da separação da banda, que antes fará uma turnê de despedida, no ano que vem. O grupo belo-horizontino é um dos convidados do Música da Cidade, show em benefício do Projeto Querubins, que se será realizado no Grande Teatro do Palácio das Artes. Participam também as bandas Tianastácia e Daparte, a cantora Roberta Campos e o músico Di Souza, ex-aluno do Querubins e regente do bloco Então, Brilha!, que fará um número de abertura com atuais educandos do projeto.
O tecladista Henrique Portugal evita comentários sobre as razões da dissolução do Skank, citadas em nota divulgada pelo grupo em seu site oficial como um processo pacífico e em acordo mútuo. Sobre os shows de despedida que estão por vir, ele diz que “30 anos se comemoram e este é o nosso momento. Vamos nos divertir, comemorando com quem gosta da gente, por onde formos nestes próximos meses”.
Apesar de ainda seguir com a turnê Os três primeiros, que será apresentada no Rio de Janeiro nos próximos dias 22 e 23, o Skank adota um formato diferente nesta noite, em que o foco é a celebração e a colaboração com o Querubins. “O mais interessante é que cada artista tem seu show estruturado e ensaiado, mas esse encontro é um momento único, diferente, que jamais se repetirá. Além disso, é uma causa que nos agrada. Temos uma história com o Querubins há muito tempo, muito longeva e carinhosa, e é um projeto vitorioso, de realizações boas”, diz Portugal.
Toda a bilheteria do evento será revertida para o Querubins, que atualmente contempla 300 jovens entre 6 e 18 anos, em iniciativas de inclusão social e capacitação profissional. Segunda a fundadora e superintendente da iniciativa, Magda Fonseca Coutinho, mãe do cantor Podé Coutinho, do Tianastácia, são servidas 10 mil refeições por mês no projeto, integralmente viabilizado por colaborações e donativos de parceiros.
GERAÇÕES
A terceira edição do Música da Cidade, criado para beneficiar o Querubins, representa também um encontro entre gerações. Formada em 2015, a Daparte lançou seu primeiro álbum no ano passado e conta em sua formação com o guitarrista Juliano Alvarenga, filho de Samuel Rosa, vocalista do Skank. Henrique Portugal afirma ter uma relação de proximidade com a produção musical independente, com a qual diz aprender muitas coisas. “A forma de escutar música mudou, assim como a relação com o público. Sempre estive próximo das novidades, com interesse em ver o que o que estão fazendo. Hoje vejo novas formas de se comunicar e por isso é interessante estar perto de quem está fazendo coisa nova.”
Na opinião do tecladista, o principal legado que o Skank deixará para os artistas que procuram consolidar uma carreira musical é “ter mostrado que é possível viver de música e arte em Belo Horizonte, fora de Rio ou São Paulo. Não é preciso se mudar daqui, basta se estruturar e se dedicar àquilo”.
Ainda que evite temas relacionados ao fim do Skank, o músico diz que mudanças e novidades sempre fizeram parte de sua vida e agora “não será diferente”. “Na arte tem uma coisa de ter a liberdade. Como já disse o Dostoiévski, o ser humano às vezes tem medo da liberdade, ela pode trazer insegurança, mas a criação está ligada ao caos e a mudança é importante nesse sentido. Acho que todos teremos boas novidades, boas surpresas e é isso.”
MÚSICA DA CIDADE – QUERUBINS 25 ANOS
Nesta quarta-feira (13), às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das artes – Av. Afonso Pena, 1.537, Centro. Plateia I: ingressos esgotados. Plateia II: R$ 130 e R$ 65 (meia para estudantes, menores de 21 anos e terceira idade). Plateia Superior: R$ 100 e R$ 50 (meia para estudantes, menores de 21 anos e terceira idade), à venda na bilheteria e no site Ingresso Rápido. Recomenda-se conferir disponibilidade. Mais informações: (31) 3236-7400.