Em Hollywood, Christian Bale e Matt Damon são nomes com potência semelhante à dos motores Ford e Ferrari. O primeiro ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por seu trabalho em O vencedor (2010), enquanto Damon levou a estatueta de melhor roteiro original por O gênio indomável (1997), além de ter recebido outras três indicações por suas atuações.
Ford vs Ferrari, o longa dirigido por James Mangold (Johnny & June e Logan) que chega aos cinemas nesta quinta-feira (14), explora a rivalidade entre as duas montadoras nos anos 1960. Na trama baseada em fatos reais, os dois astros estão do mesmo lado. Matt Damon interpreta Carroll Shelby, piloto norte-americano campeão das 24 Horas de Le Mans, em 1959, e criador da Shelby American, empresa automobilística fabricante do Shelby Mustang e do Shelby Cobra. Antes da glória alcançada no mercado por esses modelos, ele era apenas um ex-piloto tentando manter seu status com a expertise de customizar veículos.
Tudo mudou quando a Ford, principal companhia automobilística dos Estados Unidos, decidiu investir em corridas de carro como estratégia de marketing para contornar a crise nas vendas que ocorreu na década de 1960. O objetivo era seguir o modelo semelhante ao da Ferrari, mas para isso a escuderia italiana teria de ser superada na principal competição do mundo.
''No filme Ford vs Ferrari, tentamos dar a você a sensação de estar naqueles carros em alta velocidade''
Matt Damon, ator
BASTIDORES
Shelby foi escolhido pelos executivos da Ford para montar um carro capaz de deixar os italianos para trás em Le Mans. Parte do filme se concentra em esmiuçar os bastidores do negócio e da relação do automobilismo com o milionário comércio das montadoras, especialmente nos anos 1960, quando a geração de consumidores pós-Segunda Guerra buscava algo além dos tradicionais Cadillacs “rabo de peixe”.
Shelby foi escolhido pelos executivos da Ford para montar um carro capaz de deixar os italianos para trás em Le Mans. Parte do filme se concentra em esmiuçar os bastidores do negócio e da relação do automobilismo com o milionário comércio das montadoras, especialmente nos anos 1960, quando a geração de consumidores pós-Segunda Guerra buscava algo além dos tradicionais Cadillacs “rabo de peixe”.
A trama acelera – em todos os sentidos – com a entrada de Ken Miles, interpretado por Christian Bale de forma notável. Inglês, assim como o ator, Miles serviu na Segunda Guerra e vivia na Califórnia com a mulher, Mollie (Caitriona Balfe), e o filho Peter (Noah Jupe). Cuidava de uma pequena oficina e participava de corridas locais. Nada que garantisse segurança financeira à família.
Embora faça parte, desde 2001, do Hall da Fama do Automobilismo dos EUA, a história de Ken Miles é desconhecida por muitos fãs do esporte. Assim como Shelby, Miles tinha capacidade extraordinária tanto ao volante quanto dentro da garagem, com as ferramentas. Por isso é convidado pelo amigo a fazer parte do projeto da Ford. No entanto, Shelby luta para que Miles seja também o piloto, contrariando os executivos da empresa, que temiam o temperamento explosivo do britânico.
A dupla desenvolve o Ford GT40, que viria a competir em Le Mans em 1966, com Miles pilotando. A corrida ocupa boa parte do longa, com cenas de velocidade a fartar, além de clichês típicos desse tipo de filme, mas com detalhamento caprichado dos bastidores da disputa.
SENSAÇÃO
Em entrevista a Ellen DeGeneres, Matt Damon revelou que chegou a dirigir a 300km/h ao lado do piloto Mario Andretti, em Indianápolis. “Você precisa sentir para entender. No filme Ford vs Ferrari, tentamos dar a você sensação de estar naqueles carros em alta velocidade”, declarou.
Em entrevista a Ellen DeGeneres, Matt Damon revelou que chegou a dirigir a 300km/h ao lado do piloto Mario Andretti, em Indianápolis. “Você precisa sentir para entender. No filme Ford vs Ferrari, tentamos dar a você sensação de estar naqueles carros em alta velocidade”, declarou.
Damon também lembrou que se trata de “um filme sobre amizade”, como fica claro nas sequências mais emotivas envolvendo os protagonistas. No Hollywood Film Awards, realizado em 3 de novembro, o longa ganhou três prêmios: melhor diretor, para James Mangold, melhor som e melhor direção. Foi o vencedor da noite ao lado do aguardado The irishman, de Martin Scorsese, que estreia em 27 de novembro, na Netflix.