Ventura não nasceu Ventura, se tornou um. Nos encontros da vida, Rafael Henrique de Souza, de 30 anos, com um empurrãozinho de um professor de teatro, assumiu o novo nome artístico. O encontro com a arte fez Ventura se livrar, como ele mesmo diz, “do risco de ser alguém muito bitolado”.
Com a mesma ludicidade, que vem do teatro musical, Ventura se aventura tanto em espetáculos voltados para as crianças quanto na arte drag. Este mineiro nascido em Belo Horizonte e se considera uma confusão, é o quinto convidado do podcast Quem é.
A dificuldade que teve de se aceitar como um artista de muitas habilidades Ventura acredita que ocorre pela cobrança da sociedade para que as pessoas se encaixem em padrões. O cantor ressalta que ele cresceu escrevendo, dirigindo, cantando e atuando. E que atualmente tem várias funções, como o teatro infantil, as performances drag, que se juntaram às que ele já desenvolvia desde mais novo.
Drag queen
Do um encontro inesperado com outros artistas multitalentos, Gabriela Domingues, que dá vida a Bella la Pierre e Azzula, surgiu a banda “The Pulso in Chamas”. Os artistas queers performam a arte drag passando pelo universo LGBTQIA+, negro e feminino. O cantor comenta que não se considera uma drag queen: “Drag tem uma pesquisa, uma referência de resistência. Estou em um lugar muito privilegiado, no qual estou me despindo, mas me colorindo de glíter, de cílios e de salto alto para levar o que eu acredito. Drag é muito mais que isso. No The Pulso, partilho de pessoas que sim, são drags, vivem isso, que viabilizam isso, que bancam isso”. O show do trio drag é composto de um repertório com músicas nacionais e internacionais.
Podcast sobre artistas de Minas
Com apresentação de Fred Bottrel e Carol Braga, os episódios são publicados no site do Estado de Minas, no Culturadoria e em todos os tocadores. Este episódio teve produção, trabalhos técnicos e edição de áudio de Luiza Rocha.
(*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Alves)