Jornal Estado de Minas

Indicações ao Oscar trazem 'Coringa' de volta ao circuito de salas


Impulsionado por suas 11 indicações ao Oscar 2020, número que o tornou líder da disputa nesta edição do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, anunciadas na última segunda-feira (13), Coringa volta ao cartaz na Região Metropolitana de Belo Horizonte nesta quinta-feira (16).


 
Salas nos shoppings Contagem, Del Rey e Monte Carmo exibem novamente o longa de Todd Phillips estrelado por Joaquin Phoenix, que conta a origem do principal vilão do Batman e inova ao colocá-lo como protagonista da narrativa.
 
A estreia de Coringa no Brasil ocorreu no último dia 3 de outubro. Assim como ocorreu nos Estados Unidos, o filme teve um extraordinário desempenho de bilheteria no Brasil – fez 9.876.729 de espectadores e arrecadou R$ 158.210.825, de acordo com o site especializado no mercado cinematográfico Filme B.
 
A Academia de Hollywood reconheceu o filme com indicações a direção, ator, roteiro adaptado, trilha sonora, maquiagem, figurino, fotografia, montagem, edição de som, mixagem de som e direção de arte, além do prêmio principal (melhor filme).


 

A trajetória de sucesso do longa começou em setembro do ano passado, quando ele venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Presidente do júri que tomou a decisão de dar a Coringa o prêmio máximo, a cineasta argentina Lucrecia Martel declarou: “É incrível que uma indústria cujo principal foco é o negócio tenha corrido tamanho risco com Coringa. Fazer para esse público um filme que é uma reflexão sobre os anti-heróis, mostrando que talvez o inimigo não seja o homem, mas o sistema, me parece bom para os Estados Unidos e para o mundo todo”.

ADAPTAÇÃO Os meses seguintes provaram que o negócio se revelou bom também para a indústria cinematográfica. Até o momento, o longa teve 120 nomeações e 41 vitórias em premiações, segundo contagem do International Movie Data Base (IMDB). No Bafta, a versão britânica do Oscar, ele também foi indicado em 11 categorias. 
 
Essa é a primeira adaptação do universo dos quadrinhos a atingir esse número de indicações ao Oscar, superando Batman: Cavaleiros das trevas (2009). O título também faz história ao se igualar a Pantera Negra (2018) como os únicos filmes de super-heróis indicados ao Oscar de melhor filme.


 
Apesar desse reconhecimento, muitos críticos desdenharam da realização de Todd Phillips, classificando-a como pueril, enquanto outros apontaram o risco de a empatia suscitada pelo personagem interpretado por Phoenix, que se encaixa na descrição de um incel (celibatário involuntário), ser uma potencial incentivadora de agressões como as perpetradas pelo Coringa na tela.
 

Diante da primeira pergunta sobre esse aspecto na campanha de divulgação do filme, Phoenix se retirou e deixou o jornalista sem resposta. Mais tarde, ele passou a elaborar uma resposta em defesa do filme em situações semelhantes.
 
Também como resultado das indicações ao Oscar, o sul-coreano Parasita, indicado em seis categorias, teve seu circuito de exibição no Brasil expandido a partir desta quinta. Segundo a distribuidora Pandora, o filme sobe de 42 salas para 76 no país. Em Belo Horizonte, o longa do diretor Bong Joon Ho voltou ao cartaz no Pátio Savassi e saltou de uma sessão diária para três no Cine Belas Artes, onde passou também a ocupar uma sala maior.
 
Parasita narra a façanha da empobrecida família Ki-taek ao se infiltrar na casa do milionário clã Park. Além da inteligente e sutil abordagem do tema da desigualdade e a tensão de classe, Bong Joon Ho é elogiado pelo domínio que exibe na justaposição de gêneros como drama, comédia e terror.  No Brasil, o longa vencedor da Palma de Ouro em Cannes no ano passado já foi visto por cerca de 200 mil pessoas, segundo a Pandora Filmes.