A letra de um canto indígena transformada em uma pintura é a abertura da exposição Vaivém no Centro Cultural Banco do Brasil, em Belo Horizonte. A tela demorou quatro dias para ficar pronta e o Estado de Minas acompanhou com exclusividade o processo. A obra é de autoria do Movimento de Artistas Huni Kuin (Mahku), um coletivo da região do Acre, na divisa do Brasil com o Peru, que reúne 12 artistas plásticos.
A mostra surgiu da tese de doutorado do curador, Raphael Fonseca, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), sobre o papel das redes de dormir no Brasil, do século 16 aos tempos atuais.
Raphael Fonseca conta que a ideia de trazer o Makhu surgiu nas pesquisas sobre o tema das redes, um dos elementos presentes nas pinturas dos Huni Kuin. O Mahku fez uma tela em cada uma das quatro cidades onde o CCBB apresentou a exposição. As obras pintadas em Brasília e Rio de Janeiro foram transportadas para a exposição em BH. A de São Paulo foi feita em uma parede e não em uma tela e, por isso, não poderá ser vista na capital mineira.
“A gente pensou que seria bacana se eles viajassem pelas quatro cidades e em cada uma delas produzisse uma pintura nova, respondendo à arquitetura do espaço e a cantos diferentes”, explicou o curador.
A exposição Vaivém
A mostra no CCBB-BH conta com trabalhos de mais de 30 artistas de todo o Brasil, como Tarsila do Amaral, Hélio Oiticica, Ernesto Neto, entre outros. A exposição reúne pinturas, fotografias, vídeos, esculturas, instalações, cerâmica, entre outros.
Exposição Vaivém
CCBB-BH
Praça da Liberdade
De 11/03 a 18/05
De quarta a segunda, das 10h às 22h
Entrada gratuita