Um clima de novela, mas com direito a socos, pontapés e muitas referências dos quadrinhos. Não há outra maneira de resumir o piloto de Batwoman, série em cartaz na HBO. É mais uma produção inspirada no universo da DC Comics que a emissora exibe. Esqueça a complexidade de Watchmen. O papo aqui é bem mais simples e direto.
A primeira aparição de Kate Kane (Ruby Rose) é embaixo d’água. Presa, ela tenta se soltar com muito esforço. Está num lago congelado, e só quando chega à superfície e se desvencilha de todo o gelo, é que descobrimos que a personagem faz um treino pesadíssimo no Alasca. Toda a cena é entremeada por flashbacks, quando a vemos criança ao lado da irmã e da mãe. Um acidente de carro deixa o veículo atravessado numa ponte. Batman aparece, mas só salva Kate.
O trauma da morte da mãe e da irmã acompanha a personagem, já adulta. Do gelo a ação vai para Gotham City. E é aí que descobrimos que Batman, primo de Kate, desapareceu há três anos. Vivo ou morto? – ninguém sabe dizer. Só que ele não deixou boas lembranças. Sem seu protetor, Gotham agora é resguardada por um exército privado, os Crows (Corvos), comandados por Jacob Kane (Dougray Scott), o pai de Kate.
No evento público em que a prefeitura decide desligar permanentemente o batsinal, a gangue comandada por Alice (Rachel Skarsten) entra em ação. Mata alguns guardas e sequestra Sophie (Meagan Tandy), a agente favorita de Jacob. Avisada do ocorrido, Kate retorna à cidade.
Tudo isso ocorre na primeira parte do episódio-piloto. Sempre indo e vindo no tempo, a série apresenta Kate, que mais tarde se tornará a Batwoman, como mulher solitária e cheia de complexos. Acredita que o pai, novamente casado, a mandou para fora da cidade porque, de alguma forma, a culpa pela morte da mulher e da filha. E também porque Kate não seria a filha dos sonhos, pois foi expulsa do Exército devido ao seu relacionamento com Sophie.
Pioneira
Batwoman é a primeira super-heroína lésbica a protagonizar uma série. Mesmo que a orientação sexual da personagem não seja a questão central da narrativa, essa questão está presente em vários momentos.“Eu era muito como ela quando mais nova: a hesitação em confiar nas pessoas, achar que podia fazer tudo sozinha, não ter uma família grande. E ser gay, obviamente. Mas isso não é o principal da série”, disse a atriz Ruby Rose à The Hollywood Reporter.
Seja como for, pelo menos em seu piloto Batwoman apresenta muito pano pra manga para o desenrolar da temporada de estreia – e precisa disso, pois são 22 episódios. O segundo ano, aliás, já foi confirmado.
BATWOMAN
. 22 episódios
. Às sextas, às 22h, na HBO
. Disponível no HBO Go