Em busca de novos caminhos e oportunidades, já que sua agenda de shows foi cancelada em virtude da pandemia do coronavírus, a cantora e compositora mineira Aline Calixto se muda com a família nesta sexta-feira (5) para Paris. “Estamos indo para França, que é a terra de meu marido. Tomamos essa decisão porque, por ora, minha área de atuação, que é a música, está praticamente paralisada. E também porque, infelizmente, meu marido foi dispensando do serviço dele. Acreditamos que a alternativa mais viável, neste momento, é mesmo ir para lá, onde ele já tem um emprego à espera dele”,explica.
Aline acredita que mudanças são um aprendizado. “Vou colocar em prática um projeto que vinha se desenhando já havia algum tempo. Hoje, com o avanço tecnológico e as facilidades de locomoção, é muito possível ficar lá e cá. Temos um cantinho aqui e teremos outro na França. Como disse, viverei entre os dois continentes. Inclusive, minha passagem de retorno já está comprada. Volto ao Brasil no início de janeiro, tendo carnaval ou não”, garante a artista, que comanda animado bloco folião em BH.
A cantora admite ter receio da mudança em plena pandemia. “Confesso que o momento, de modo geral, é meio assustador. O que me traz alívio é que na França, onde ficaremos os próximos seis meses, a curva da doença já estabilizou e o desconfinamento acontece de forma organizada e bastante respeitosa. Bem diferente daqui, infelizmente.”
A line conta que na capital francesa as coisas já estão encaminhadas. “Meu marido já tem emprego garantido em sua área, enologia e viticultura. Eu me concentrarei mais nas atividades virtuais até que as coisas melhorem. Assim que for possível, lançarei meu DVD, que estava previsto para este primeiro semestre, mas teve de ser adiado por causa da pandemia. Agora é aguardar. Quando for possível, vamos fazer vários shows de lançamento.”
PADRÃO
A artista planeja ficar seis meses na França e seis no Brasil. “Tenho a minha estrutura de moradia e minha equipe de trabalho já montada aqui, funcionando perfeitamente bem. E lá em Paris tentarei seguir o mesmo padrão. Acredito que tudo dará certo.” Ter residência nos dois países não é problema. “Já fiz isso em 2017 e foi uma experiência bastante viável. É claro que quando houver algum compromisso por aqui virei para cumpri-lo, seja shows ou mesmo tocar o bloco no carnaval”.
Quanto à gravação de discos e DVDs, Calixto acredita que não é uma ação condicionada à localização. “Posso, por exemplo, gravar aqui no Brasil e mixar lá na França ou vice e versa. Por ora, temos um lindo DVD em mãos, que conta com o último registro de Beth Carvalho em vida. Planejamos turnê pelo Brasil, quando tudo voltar ao normal.”
Em seu perfil no Instagram, Calixto comentou a mudança: “A cultura e a educação, pilares importantíssimos em qualquer sociedade, estão abandonadas, sofrendo um sucateamento jamais visto. Vejo excelentes profissionais da minha área já passando dificuldades. Gente que não tem para onde correr, sem perspectiva nenhuma de renda.”
Ontem (4), a cantora fez sua última live no Brasil em 2020. Em Cantando minha história, Calixto revelou estar “com o coração aberto e a garganta cheia de voz e emoção.”