O designer nova-iorquino Milton Glaser, que morreu na última sexta-feira, aos 91 anos, em decorrência de um derrame, mudou a cultura visual americana nas décadas de 1960 e 1970. Suas ideias, trazendo uma nova estética, impactaram o mundo. Basta dizer que Glaser inventou um ícone: o logotipo I love NY, criado para promover Nova York, às voltas com a criminalidade e a recessão econômica nos anos 1970. Outra imagem emblemática – símbolo da cultura pop – é a de Bob Dylan, no encarte do disco Bob Dylan’s greatests hits (1966). São dele também as ilustrações psicodélicas do álbum Yellow Submarine (1969), dos Beatles.
O estúdio nova-iorquino Push Pin, fundado por Glaser, Reynold Ruffins e Edward Sorel em 1954, revolucionou o design gráfico, com suas capas de livro e disco, cartazes, tipografias. Em 1974, Milton Glaser montou o próprio escritório, de onde saíram os logotipos da editora CD Comics, do MoMA e do Centro Pompidou. O americano criou o cartaz comemorativo dos 100 anos de Van Gogh, o logotipo da Aids, a pedido da Organização Mundial da Saúde, e, mais recentemente, o pôster da última temporada da série Mad Men.
Em 2009, o presidente Obama o condecorou com a Medalha das Artes – foi o primeiro designer gráfico a recebê-la.
Milton Glaser também deixou sua marca na imprensa. Cofundador da New York Magazine, aberta em 1968, reformulou o design de jornais e revistas de vários países – Washington Post, The Los Angeles Times e o brasileiro O Globo, entre eles.