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Estado de Minas CINEMA

Nova comédia de Will Ferrell estreia direto na Netflix

'Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars' mostra dupla de desajeitados tentando se tornar famosos com a música


postado em 05/07/2020 04:00

Will Ferrell e Rachel McAdams formam o improvável duo Fire Saga, que tenta a sorte no Eurovision (foto: Netflix/Divulgação )
Will Ferrell e Rachel McAdams formam o improvável duo Fire Saga, que tenta a sorte no Eurovision (foto: Netflix/Divulgação )

Criado em 1956, o Festival Eurovision da Canção é um concurso de músicas com participantes de diversos países transmitido por emissoras nacionais de TV que integram a União Europeia de Radiodifusão. Atrai uma audiência gigantesca e, como qualquer competição musical de TV, é palco de muita extravagância. O Eurovision é o mote do novo filme do ator norte-americano Will Ferrell.

A comédia, concebida em 1999 durante uma das viagens que Ferrell realizou à Suécia, país natal de sua mulher, não empolgou os produtores de Hollywood. Mais de 20 anos depois, com a competição musical consolidada como um fenômeno continental, Ferrell finalmente conseguiu emplacar Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars como uma produção original da Netflix.

Produzido sob a bênção da organização do evento, o longa transita entre a sátira e a homenagem. Não pode debochar demais, pois isto afastaria a legião de admiradores do Eurovision, nem pegar tão leve, sob o risco de se tornar um comercial com a duração de um longa-metragem.

Coassinado por Ferrell, o roteiro beira o absurdo. O ator interpreta Lars Erickssong, um quarentão que sonha em representar seu país, a Islândia, no Eurovision. Junto com sua vizinha e amiga Sigrit Ericksdórttir (Rachel McAdams), ele forma a dupla Fire Saga, que nunca conseguiu nada além de tocar nos bares de Húsivik, uma pequena cidade no Norte da ilha.


REDENÇÃO

Embora lhe falte talento, a dupla consegue, por caminhos tortos, participar do festival, que no filme ocorre na cidade escocesa de Edimburgo. As atitudes dos dois provocam um desastre atrás do outro, antes de desembocar na jornada de redenção.

Impagável como um popstar da Rússia que não pode assumir sua homossexualidade, Dan Stevens - famoso por interpretar Matthew Crawley em Downtown Abbey - rouba a cena com o número musical Lion of love. A trilha sonora do longa é recheada de outras canções originais.

Por acaso do destino, o filme chega no primeiro ano em que o Eurovision não será realizado. Previsto para ocorrer em Roterdã, na Holanda, o festival foi cancelado em razão da pandemia do novo coronavírus e reprogramado para a mesma cidade, em 2021.

O filme, então, se torna um deleite para os saudosos fãs do concurso. Vários de seus artistas fazem breves aparições - inclusive o português Salvador Sobral, vencedor de 2017 com Amar pelos dois.

Em uma das sequências, gravada em Tel Aviv, durante o festival de 2019, estrelas reveladas pelo Eurovision, como a austríaca Conchita Wurst, a sueca Loreen e a israelense Netta, entre outros, apresentam um pout-pourri que reúne hits como Believe, I gotta feeling, Waterloo e Ray of light.

Como deveria ser qualquer musical, Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars não se leva a sério. E se alguém poderia se ofender com o filme seriam justamente os islandeses, retratados como um povo rústico que acredita em elfos e fala inglês com sotaque pesado.

FESTIVAL EUROVISION DA 
CANÇÃO: A SAGA DE SIGRIT E LARS

• De David Dobkin
• 123 minutos
• Disponível na Netflix


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