O maestro Benito Juarez, ex-regente da Sinfônica de Campinas, morreu na madrugada de segunda-feira (3), aos 86 anos. O músico comandou a orquestra por 25 anos, entre 1975 e 2000. Não foi divulgada a causa da morte, confirmada pelo filho do músico, André Juarez, em publicação no Facebook. "Meus amigos, comunico o falecimento do meu amado pai, o maestro Benito Juarez. Descanse em paz, Baxoca. Vou honrar seu nome sempre", escreveu André, atual regente do Coral da USP.
Nascido em Januária, no Norte de Minas, o maestro estudou na Bahia com Hans Joachim Koellreutter antes de se radicar em São Paulo. Com a orquestra de Campinas, em 1984, ele participou do comício pelas Diretas Já, no Vale do Anhangabaú, no qual regeu o Hino Nacional Brasileiro.
A trajetória do músico está muito ligada ao canto coral e à união entre a música clássica e a MPB. Trabalhou com artistas como Gilberto Gil e Milton Nascimento. Ele também era o fundador do Coral da USP (Coralusp) e do Departamento de Música e o Coral da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além de ter atuado como um dos idealizadores do curso de Música Popular Brasileira (MPB), na segunda universidade. Em 2001, após deixar a Sinfônica de Campinas, fundou e dirigiu a Banda Sinfônica do Exército Brasileiro.
ARTE ENGAJADA Na Orquestra Sinfônica de Campinas, Juarez participou do processo de profissionalização e foi um dos responsáveis por levar o grupo ao reconhecimento nacional e internacional. Juarez seguia a máxima de Brecht: a defesa da arte politicamente engajada, mas também de excelência.
Irmão de Benito, Raimundo Juarez informou que o maestro estava em uma clínica de idosos em São Paulo, onde morreu. O maestro deixa cinco filhos.