Caso a pandemia do novo coronavírus não tivesse impedido a realização de eventos de grande porte em 2020, neste sábado (29), o Mineirão receberia mais uma edição do Festival Sarará. Segundo a organização, a expectativa de público era de pelo menos 40 mil pessoas.
Os ingressos estavam à venda quando a COVID-19 tornou-se um problema mundial. A edição presencial foi adiada para 2021, e o festival lançou mão dos recursos digitais para viabilizar uma versão on-line.
Engana-se, no entanto, quem pensa que o Sarará seguirá o modelo das lives. A intenção é criar uma versão virtual do evento, simulando a experiência dentro de casa. No site oficial do evento, o público poderá transitar por diversos ambientes e conhecer pessoas on-line.
Por meio de um mapa interativo, será possível escolher entre assistir aos shows do palco principal ou, por exemplo, curtir a música eletrônica da Tenda Despertar em uma sala de interação exclusiva.
Num mural interativo, os participantes poderão inserir dicas de lugares para visitar e frequentar em Belo Horizonte, quando as restrições impostas pelo novo coronavírus não mais existirem.
MEMÓRIA
Em outro espaço, uma linha do tempo convida o público a passear pela memória do festival, relembrando os shows, encontros e festas das edições passadas.O Sarará ainda vai contar com uma Praça de Alimentação. A versão digital do tradicional Salarica terá opções de restaurantes que entregam comida em casa e um bar digital. O público ganha desconto de R$ 6 na taxa de entrega. Já o Mercado Sarará disponibiliza itens exclusivos do festival, entre eles, máscaras fabricadas a mão.
“No primeiro momento, ficamos na dúvida entre fazer ou não a edição 2020. Não queríamos que o festival se transformasse numa live, principalmente quando esse formato já está desgastado. A ideia, então, foi pensar uma estrutura que remetesse à experiência presencial, ativando a memória de quem já esteve com a gente em outras edições, mas também mostrando do que é feito o festival para quem nunca veio e pode querer estar na próxima edição”, afirma a produtora Bell Magalhães, uma das criadoras do Sarará.
As apresentações musicais foram gravadas previamente na última terça-feira (25), em estrutura montada no gramado do Mineirão. Com uma produção que envolveu 50 pessoas e oito horas de gravação, medidas de segurança foram adotadas.
“Em todos os acessos à gravação, as pessoas passavam por um processo de higienização completo. Distribuímos também máscaras normais e máscaras de acrílico. Os artistas ficaram separados nos camarotes de estádio e também montamos um ponto de sanitização no palco. Quando acontecia a troca de artistas, todos os equipamentos eram devidamente desinfetados”, conta Bell.
O line up prioriza artistas da cena mineira, como o grupo de hip-hop Fenda. Composto por Laura Sette, Mayí, Iza Sabino, Paige e DJ Kingdom, o coletivo foi formado no final de 2019 para a abertura do show do rapper Criolo em BH. O encontro deu certo e no show desta noite elas contarão com um sexto elemento: a rapper Karol Conka.
Já a banda Rosa Neon, que despontou no ano passado lançando clipes mensais de músicas como Ombrim, Brilho de leão e Cê não tem dó de mim, sobe ao palco do Sarará com o rapper Kdu dos Anjos, idealizador do Centro Cultural Lá da Favelinha. A banda de pop e reggae Lagum também se apresenta.
DJONGA
O DJ e produtor musical Coyote, que acumula trabalhos com Fabrício FBC e Rashid, se apresentará com Djonga, parceiro de longa data, atração mantida em segredo e anunciada somente na sexta-feira (28). Iza Sabino, a dupla Hot e Oreia, o rapper Black Alien e o trapper Sidoka também integram a apresentação.A cantora e atriz Linn da Quebrada atuará como apresentadora. O Sarará também terá uma apresentação de dança do grupo Lá da Favelinha e os DJs da festa 101Ø serão os responsáveis pela tenda eletrônica.
“'É uma maneira de ajudar financeiramente esses artistas que também foram prejudicados em razão da pandemia. Os de fora a gente trouxe justamente pela afinidade com os artistas daqui, produzindo esse ponte criativa”, comenta a produtora.
Para construir a edição atípica, Bell ressalta o apoio dos patrocinadores do festival, já que a principal fonte de renda, a bilheteria, deixou de existir. A versão virtual não terá cobrança de ingressos.
O Festival Sarará 2021 está previsto para daqui a um ano, exatamente – em 28 de agosto –, na Esplanada do Mineirão. Os ingressos já estão à venda e custam de R$ 50 a R$ 220. As atrações ainda não foram divulgadas.
LINE UP
Confira a ordem das apresentações
» Lá da Favelinha
» Rosa Neon convida Kdu dos Anjos
» Lagum
» Fenda convida Karol Conka
» Coyote convida Iza Sabino, Hot e Oreia, Black Alien, Sidoka e Djonga
FESTIVAL SARARÁ 2020
Neste sábado (29), a partir das 17h30, no site wwww.festivalsarara.com.br. Com Coyote convida Djonga, Black Alien, Iza Sabino, Hot e Oreia e Sidoka; Fenda convida Karol Conka; Lagum; Rosa Neon convida Kdu dos Anjos; Lá da Favelinha e 101Ø.