Jornal Estado de Minas

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Série 'The Boys' revela os podres de heróis de fachada


Super-heróis e o mundo corporativo que os cerca são uma criação norte-americana. The Boys, a série da Amazon Prime Video adaptada dos quadrinhos de Garth Ennis e Darick Robertson, um dos maiores sucessos da plataforma de streaming, coloca o dedo na ferida de maneira ácida, divertida e nonsense, com sua crítica a essa instituição da cultura pop.





Nesta sexta-feira (4), a segunda temporada entra no ar, com o lançamento de três dos oito episódios. E já chega com a confirmação do terceiro ano para 2021. A premissa é basicamente uma: nem tudo o que se vê é verdade, todo mundo tem um podre. E mais: a série acaba com o maniqueísmo bem e mal que cerca, de maneira geral, o universo dos super-heróis.


CORRUPTOS

The Boys traz dois grupos de personagens. Os Sete, “heróis”, são indivíduos com superpoderes, acredita o público em geral. Porém, não passam de crias da corporação Vought International, que os comercializa. Fora dos holofotes, são corruptos, cruéis e atuam em função dos próprios interesses. Já os Boys são vigilantes que buscam, de maneira às vezes discutível, minar o poder dos Sete.

O líder dos Sete é Homelander (Antony Starr), mistura para lá de distorcida do Super-Homem com Capitão América. Butcher (Karl Urban) organiza o grupo dos Boys, integrado por pessoas que foram machucadas pelos “heróis”. Entre eles se destaca Hughie (Jack Quaid), jovem comum cuja namorada foi morta de maneira absolutamente surreal (a cena, logo no início de série, é irrepreensível) por A-Train (Jessie T. Usher), um dos Sete.





A segunda temporada começa imediatamente após a trama da primeira. Como Madelyn Stillwell (Elisabeth Shue), a vice-presidente da Vought que manteve Homelander sob controle, se foi, o caminho ficou aberto para que ele faça o que quiser.

Butcher, que acreditava que sua mulher, Becca (Shantel VanSanten) estava morta ou desaparecida, descobre que ela vive em segredo com o filho que teve com Homelander. Os Boys têm de lidar com o sumiço de Butcher e com uma operação que deu errado.

No recomeço da narrativa, os Sete estão “enterrando” Translucent (Alex Hassell), na cerimônia em que Homelander e Starlight (Erin Moriarty) são as estrelas. Esse é o primeiro sinal de que nunca tudo vai bem para o grupo. Cada um terá de pagar o preço pelos acontecimentos da temporada anterior.





Em crise com a descoberta do filho que não sabia existir, Homelander ainda tem de lidar com a chegada da nova integrante ao grupo, Stormfront (Aya Cash), que logo põe as manguinhas de fora.

Sem Butcher, os Boys também estão meio perdidos. É nesse ambiente, em que ninguém confia em ninguém, que os dois grupos vão se desafiar. Obviamente, não faltam reviravoltas.

JOGO

A descoberta de que os super-heróis não nascem como tal, mas são criação de laboratório, só complica mais as coisas. Ainda que o embate faça parte do jogo – às vezes, muito violento, noutras, sacana –, o mais interessante da série é o olhar crítico e mordaz para o universo dos super-heróis. Na segunda temporada, fica mais evidente a força do culto à personalidade de cada um. 
   
 Ao mostrar a toxicidade do mundo das celebridades, The Boys encontra o seu lugar dentro do universo tão desgastado do entretenimento de massa.


THE BOYS
• A segunda temporada estreia nesta sexta-feira (4), na Amazon Prime Video, com exibição de três dos oito episódios. Os restantes serão lançados às sextas, até 9 de outubro.

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