Jornal Estado de Minas

AUDIOVISUAL

Série sobre o Inhotim chega à Netflix, com o museu fechado ao público


Lançada originalmente em 2018, no canal Curta!, a série documental Inhotim – Arte presente chega ao streaming em bom momento. Disponível na Netflix desde o último dia 15, a produção oferece ao espectador a oportunidade de se aproximar do trabalho e do universo particular de alguns artistas cujas obras figuram na coleção do Instituto de Arte Contemporânea, fechado há seis meses devido à pandemia do novo coronavírus. 





Nesta semana, o Inhotim anunciou sua reabertura em 7 de novembro, desde que a crise sanitária no estado esteja sob controle, permitindo o retorno do público à visitação de seus pavilhões e jardins.

Ainda que não substitua propriamente o encontro presencial com as obras, a série – premiada no 18º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – funciona como um aprofundamento no universo de alguns criadores. 

Os 13 episódios dirigidos pelo cineasta Pedro Urano focam no trabalho de grandes nomes da arte contemporânea, como Claudia Andujar, Giuseppe Penone, Rirkrit Tiravanija, Cildo Meireles, Chris Burden (1946-2015), Miguel Rio Branco, Matthew Barney, Jorge Macchi e Olafur Eliasson.





Tunga (1952-2016), personagem do sexto episódio, recebe atenção especial. Sua galeria, True rouge, foi a primeira instalada no instituto, em 2008, e o artista teve um papel central para que o Inhotim se tornasse um museu aberto ao público. Ele foi um dos conselheiros do empresário Bernardo Paz, criador do instituto, e incentivou-o tanto a iniciar a coleção de arte quanto a permitir a visitação ao acervo.

Com direção de Pedro Urano, a produção documental aborda a constituição do Instituto de Arte Contemporânea e também artistas e obras específicos do acervo, como Piscina, de Jorge Macchi  (foto: Curta!/Divulgação)


PSICOATIVA

Produzida em 2016, a série também deve sua realização ao artista pernambucano. O primeiro contato de Pedro com o instituto foi para gravar a instalação da Galeria Psicoativa, em 2011.

Uma característica importante da produção é a maneira como ela aborda a perspectiva da arte e do Inhotim diante de questões contemporâneas. O episódio dedicado à fotógrafa Claudia Andujar, por exemplo, aborda os povos indígenas, fonte de inspiração para a obra dela. O episódio exibe a visita de 15 índios à galeria de Inhotim na qual estão as fotos de Andujar.





No capítulo de Cildo Meireles, os temas são as mutações geográficas e fronteiras verticais. O dinamarquês Olafur Eliasson trata da migração de refugiados e das mudanças climáticas. E o tailandês Rirkrit Tiravanija estabelece relações entre o acervo de arte contemporânea e a riqueza botânica de Inhotim.

Antes dos episódios dedicados especificamente a artistas que têm obras no Inhotim, a série mostra como são as instalações e o funcionamento do instituto. O primeiro episódio, Arte natureza, explora as relações entre seres biológicos e obras de arte, em conversas com botânicos, curadores e artistas.

O segundo, Curadoria, trata de como surgiu a coleção do Inhotim e do processo de escolha de obras e artistas. Esse episódio traz uma conversa com Bernardo Paz, habitualmente arredio a entrevistas, e alguns dos curadores da instituição.





Já no terceiro capítulo, Jardim botânico, o público é conduzido pelo acervo da fauna e da flora do Inhotim, uma rica coleção que transformou o lugar num refúgio para centenas de animais, num ecossistema diverso.

INHOTIM – ARTE PRESENTE
• Série documental em 13 episódios. Direção: Pedro Urano. Disponível na Netflix 

Em cena da série, visitante observa 'Desvio para o vermelho: impregnação, entorno, desvio', de Cildo Meireles  (foto: Curta!/Divulgação)


REABERTURA COM PÚBLICO 
RESTRITO E USO DE MÁSCARA


O maior museu a céu aberto do mundo, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está fechado desde 18 de março, em razão da pandemia da COVID-19. Nesta semana, o Instituto Inhotim decidiu fixar o próximo 7 de novembro como a data de sua reabertura ao público. 

A retomada das atividades seguirá novas dinâmicas de funcionamento, de modo a permitir o distanciamento entre as pessoas. O museu vai funcionar com 10% da capacidade, com, no máximo, 500 pessoas circulando ao mesmo tempo.





Antes da pandemia, o Instituto já vinha sofrendo queda nas visitas, após o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em janeiro de 2019. Entre maio e junho deste ano, 84 funcionários foram demitidos, e diretorias foram suspensas temporariamente. Atualmente, há 351 pessoas trabalhando no local.

MÁSCARAS

Segundo o museu, a data de reabertura pode ser revista caso haja mudanças nos dados epidemiológicos da região. Quando os visitantes voltarem, serão obrigados a usar máscaras e permitir a aferição de temperatura na entrada.

Outra mudança anunciada é nos dias de visitação. A partir de novembro, o museu vai funcionar de sexta-feira a domingo e nos feriados. Na sexta, o horário de visitação será das 9h30 às 16h30; nos demais dias, das 9h30 às 17h30.





Grupos no formato de excursão, em vans ou ônibus, não serão permitidos. As visitas educativas poderão ter apenas cinco pessoas, priorizando os espaços abertos. Os ingressos custam R$ 44 (inteira) e R$ 22 (meia-entrada) e precisam ser retirados on-line, via Sympla, com antecedência.

A última sexta-feira de cada mês terá entrada gratuita, menos nos feriados. Há ainda a opção de comprar passaportes para dois ou três dias, com preços de R$ 76 e R$ 106 a inteira, respectivamente. Quem mora em Brumadinho e tem cadastro no programa Nosso Inhotim não paga entrada.

Instituto Inhotim 
Reabertura em 7 de novembro.  Sextas, das 9h30 às 16h30; sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Ingressos: R$ 44 (inteira) e R$ 22 (meia), via Sympla. Mais informações: inhotim.org.br.

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