A partir desta terça-feira (13), a HBO realiza a nona edição de sua Temporada de Documentários. Serão 11 filmes exibidos até 16 de dezembro, começando hoje com Piazzolla: Os anos do tubarão. Criado e dirigido por Daniel Rosenfeld, o longa mostra a biografia de Astor Piazzolla (1921-1992), que, ao lado de Carlos Gardel, é considerado o maior talento do tango no século 20.
Lançada em 2018, a cinebiografia do gênio do tango argentino foi premiada em seu país (como melhor documentário e melhor direção para Rosenfeld, pela Academia Argentina de Cinema) e também no festival brasileiro É Tudo Verdade do ano passado.
Com 92 minutos, o longa traz imagens até então inéditas de Piazzolla, cedidas por sua família. A narrativa abarca desde a infância do músico até sua morte, exibindo as últimas entrevistas que concedeu, em 1992.
A programação da HBO prossegue na semana que vem, com uma produção original da emissora como atração (sempre na faixa das 22h). Wild card: The downfall of a radio loudmouth, dirigido e produzido por Martin Dunn e Marie McGovern, mostra a ascensão e queda de Craig Carton, famoso radialista e comentarista esportivo dos EUA.
VÍCIO
O filme revela como seu vício em jogos, financiado por um negócio ilícito de venda de ingressos, interrompeu repentinamente sua carreira, quando o radialista foi preso por agentes do FBI e acusado de conspiração, fraude eletrônica e fraude de investimentos, em 2017. Ele foi condenado a 42 meses de prisão em junho do ano passado.
Os outros três filmes já anunciados pela HBO na Temporada de Documentários são The perfect weapon (27/10), Console wars (3/11) e Siempre luis (10/11). O primeiro, também produzido pela emissora, é baseado no livro de David E. Sanger A arma perfeita: Guerra, sabotagem e medo na era cibernética, sobre a dimensão dos conflitos cibernéticos entre as nações atualmente.
Console wars, de grande interesse para os amantes dos videogames, é dirigido e produzido por Jonah Tulis e Blake J. Harris e retrata a rivalidade entre a Nintendo e a Sega nos anos 90. O longa foi lançado no Festival de Filmes SXSW deste ano.
Siempre luis, outro original HBO, conta a notável história de Luis A. Miranda Jr., imigrante porto-riquenho nos EUA que ajudou seu país a se recuperar da devastação do furacão María, há três anos.
Se a programação da HBO traz variedade de temas internacionais, a primeia edição do POADOC – Festival de Documentários de Porto Alegre, que começa nesta quarta-feira (14), tem enfoque local.
O festival estava programado para ocorrer em salas de cinema, mas acabou adotando o formato virtual em virtude da pandemia do novo coronavírus. Entre amanhã e domingo (18), serão exibidos 12 documentários capazes de "mudar os olhares sobre o cinema gaúcho", segundo afirma uma de suas idealizadoras.
"Queremos reforçar essa coisa do olhar local. O que se fala nos documentários do Rio Grande do Sul? Não é no sentido de reforçar um olhar de cinema regional, mas reforçar pontos de vista, lugar de fala, usando um termo tão falado atualmente. Fizemos essa curadoria ressaltando como o cinema gaúcho fala de temáticas diversas nos últimos 20 anos", afirma a diretora Thais Fernandes, que integra o grupo de responsáveis pelo festival com Lívia Pasqual, Natasha Ferla, Juliana Costa, Henrique Lahude e Jonatas Rubert.
Dessa forma, a seleção inclui produções lançadas desde o ano 2000, mas oferecendo variedade de assuntos. Exemplo disso é o filme de abertura Mokoi Tekoá Petei Jeguatá – Duas aldeias, uma caminhada (2008), de Germano Benites, Ariel Duarte Ortega e Jorge Ramos Morinico, premiado como melhor filme do ForumDoc, em Belo Horizonte, no ano de seu lançamento.
"É um filme oriundo do programa Vídeo nas Aldeias. Colocamos como produção gaúcha, pois são representantes indígenas de comunidades do Rio Grande do Sul. Isso inclusive nos coloca essa reflexão sobre territorialidade. Os indígenas têm essa noção diferente da gente", comenta Thais Fernandes sobre o filme produzido na aldeia guarani-mbya.
Também nesta quarta (14), será exibido Antes do lembrar (2018), escrito e dirigido por Luciana Mazeto e Vinicius Lopes. Selecionado para o Festival Internacional de Roterdã, há dois anos, o documentário aborda as raízes étnicas gaúchas, ao investigar sítios arqueológicos em localidades do interior, como Ivorá, Quaraí, Mata, São Pedro do Sul, Nova Palma, Vera Cruz e Montenegro.
O recorte temporal de duas décadas escolhido pela curadoria é bem explorado. A programação inclui, por exemplo, A invenção da infância, de Liliana Sulzbach, lançado em 2000. O curta, que recebeu troféus em importantes festivais, como Gramado, Tiradentes, Recife, e também fora do Brasil, em Bilbao, apresenta um olhar sobre "o que é ser criança em tempos atuais", no caso, há 20 anos.
isolamento Assuntos atualíssimos aparecem em O céu da pandemia, lançado neste ano por Marina Kerber. No curta, a diretora mostra sua percepção particular sobre os dias de isolamento.
Os filmes poderão ser vistos gratuitamente no site www.poadoc.com.br, no qual também se encontra a programação detalhada. Cada título fica disponível na plataforma por 24 horas, modelo de exibição que se popularizou durante a pandemia.
Os filmes poderão ser vistos gratuitamente no site www.poadoc.com.br, no qual também se encontra a programação detalhada. Cada título fica disponível na plataforma por 24 horas, modelo de exibição que se popularizou durante a pandemia.
A boa oferta de documentários neste mês de outubro ainda inclui o Ciclo Sesc/É Tudo Verdade, que exibe seis longas-metragens documentais brasileiros premiados na seção competitiva brasileira do festival na última década.
Até 7 de novembro, estão "em cartaz" no site do É Tudo Verdade (www.etudoverdade.com.br) Auto de resistência (2018), de Natasha Neri e Lula Carvalho, sobre a violência policial no Rio; Cidades fantasmas (2017), de Tyrell Spencer, sobre as consequências e complexidades do extrativismo; O futebol (2015), de Sergio Oksman, que mostra como o esporte interfere na relação de uma família; Homem comum (2013), de Carlos Nader, sobre a vida de um caminhoneiro; Mataram meu irmão (2013), de Cristiano Burlan, também a respeito da violência urbana; e Dois tempos (2010), de Dorrit Harazim e Arthur Fontes, que registra a ascensão de uma família da Zona Leste paulistana.
Temporada de documentários da HBO
Desta terça-feira (13) a 16 de dezembro,
nos canais HBO e na plataforma HBO GO
POADOC – Festival de Documentários de Porto Alegre
Desta quarta (14) a domingo (18), no site www.poadoc.com.br
CICLO SESC/É TUDO VERDADE: OS PREMIADOS
Até 7 de novembro, no site www.etudoverdade.com.br