Jornal Estado de Minas

FESTIVAL

Mel Lisboa encena peça em casa neste sábado (24)

A atriz Mel Lisboa encena em sua casa monólogo sobre a escritora russa Helena Blavatsky (foto: Polo Cultural/Divulgação)
“Arte é a saída” é o tema da mesa-redonda que dá a partida na programação virtual Arte é Inovação, às 16h desta quinta-feira (22). Com mediação da poeta e pedagoga Luz Ribeiro, participam da conversa Cauã Taborda (líder de comunicações e assuntos públicos do YouTube na América Latina), Mel Lisboa (atriz), Izabel Wilker (atriz, artista visual e escritora) e Leona Jhovs (atriz, diretora e roteirista). 





“Quero ouvir opiniões e ideias e, a partir delas, colocar o meu ponto de vista. Espero poder contribuir, mas também tenho muita expectativa de aprender”, comenta Mel Lisboa, que apresenta no evento o monólogo Madame Blavatsky, no sábado (24). Com texto de Cláudia Barral e direção de Marcio Macena, o espetáculo tem aproximadamente 40 minutos de duração e estreou durante a quarentena numa live do #SescEmCasa que alcançou mais de 10 mil visualizações durante a transmissão

O cenário é a casa da atriz, com pequenos ajustes estéticos para fins dramatúrgicos. As peças que ela usa no figurino também são prévias à montagem, e a transmissão será feita por uma única câmera fixa, num ângulo que procura reproduzir o ponto de vista de um espectador na poltrona do teatro.

Mel Lisboa diz que, além de abordar a trajetória da escritora russa Helena Blavatsky (1931-1891), a peça discute também o processo de uma atriz incorporar uma personagem, situando-se no limite entre ficção e realidade.



“A Blavatsky conta sua própria história por meio do meu corpo, então eu estou incorporando essa mulher que foi tão importante e que por conta de muito preconceito, de machismo, de um monte de coisas, teve a sua imagem caluniada e a sua história injustiçada por mais de um século”, afirma Mel. 

Para conferir o espetáculo, o espectador deve acompanhar a programação ao vivo, pois a peça não ficará disponível na plataforma após a transmissão. Já as mesas-redondas abrem a possibilidade de participação para o público mediante inscrição disponível no site da Polo Cultural (polocultural.com.br/arte-e-inovacao), a partir da qual o espectador terá a oportunidade de fazer uma pergunta ao vivo, via Zoom. Comentários na transmissão do Youtube também serão selecionados para contribuir com o debate.     

Além de ressaltar o valor da cultura no dia a  dia, a curadoria do Arte é Inovação aposta em performances e apresentações musicais com foco em artistas da periferia. Esse é um dos pilares da promotora do evento, organização sem fins lucrativos que atua na implantação de políticas públicas de descentralização da cultura

O coletivo Slam das Minas, o grupo B-boys e a poeta Luz Ribeiro são algumas das atrações. Ainda nesta quinta (22), Marcelo Sollero, diretor-executivo da Polo Cultural, comanda o debate “Arte na periferia não é influenciada, ela é a influência”, com a participação de Khally (B-boys), Carol Peixoto e Pam Araújo (poetas do Slam das Minas). 




INTERVENÇÃO 


O VJ Suave (duo de artistas formado por Ygor Marotta e Ceci Soloaga) promoverá  uma intervenção urbana com projeções nas ruas de São Paulo acompanhadas por trilha produzida por eles. Por meio de um aplicativo para iPads, Fer Pineirua (Uruguay) e Karen Frances Eng (Inglaterra) participarão da performance, em tempo real, sem a necessidade de sua presença física. O espetáculo será projetado em escala aumentada na esquina da Avenida Consolação com a Rua Caio Prado, na capital paulista, e transmitido ao vivo nos canais da Polo Cultural. 

O coletivo Slam das Minas promove uma batalha de poesias ao vivo na sexta (23). Fundado em 2016, o Slam das Minas (Luz Ribeiro, Pam Araújo, Mel Duarte e Carolina Peixoto) fez sua última apresentação presencial em março passado. Durante a quarentena, o grupo passoua promover eventos no ambiente digital.

No domingo (25), último dia de programação, haverá performance do Bloco Vra Power. Segundo Marcelo Sollero, a escolha foi simbólica, considerando-se o contexto da pandemia e a ausência do carnaval em 2021. A live promete um encontro entre a baianidade do axé, a malandragem do samba, a malemolência do arrocha, a energia do frevo, a embigada do baião e a quebradeira do funk. 





“Acho que nunca a cultura foi tão notada. Todo mundo viu nosso valor. O mínimo de sanidade que a sociedade manteve (durante a quarentena) veio dos filmes, dos livros, das poesias, das lives e dos artistas”, afirma o idealizador do evento.

Mel Lisboa diz que o debate sobre a importância da cultura é fundamental neste momento de desmonte de políticas públicas para o setor por parte do governo federal. “Ninguém quer uma população questionadora, e a arte provoca isso. Há um receio de que a arte continue provocando, então você desmonta a arte com esse objetivo”, diz ela. 

“A discussão sobre a importância da cultura e da arte é fundamental porque faz com que a gente possa se entender como sociedade e como seres humanos. O ser humano não poderia viver sem a arte; é isso que a pandemia trouxe à tona.”





A a atriz planeja levar o solo Madame Blavatsky para o palco quando a atividade teatral for restabelecida. A apresentação digital, segundo ela, funciona como “um ponto de partida artístico e poético, para que as pessoas possam se interessar por essa história”.

*Estagiário sob supervisão da editora Silvana Arantes

DEBATES E ESPETÁCULOS

Confira a programação do festival
PERFORMANCES ARTÍSTICAS 

VJ  Suave
Intervenção urbana com projeções  – quinta (22), em São Paulo. Transmissão ao vivo no YouTube.

Slam das Minas, batalha de poesia ao vivo
sexta (23), às 20h.

Madame  Blavatsky, monólogo  com Mel Lisboa
sábado (24), às 20h.





Bloco Vra Power
domingo (25), às 20h.

MESAS-REDONDAS 

>> QUINTA (22)
16h – “Arte é a saída” – 
Com as atrizes Mel Lisboa, 
Isabel Wilker, Leona Jhovs e Cauã Taborda (líder de comunicação e assuntos públicos do YouTube na América Latina). 
Mediação: Luz Ribeiro (Slam das Minas).

18h – “Arte na periferia não é influenciada, ela é a influência”. Com Carol Peixoto, Pam Araujo (Slam das Minas) e Khally Hip Hop (B Boys). Mediação: Marcelo Sollero.

>> SEXTA (23)
16h – “Arte ativista” – Com a artista e designer gráfica Marcela Scheid, Fábio Ventura (Coletivo Abrupto), Tawane Theodoro e Tim (Imargem). Mediação: Leona Jovis.





18h – “Territórios criativos – A ascensão da classe criativa”. Com o diretor, cenógrafo e figurinista Kléber Montanheiro e Laura Taves (Museu do Amanhã). 
Mediação: Marcelo Sollero.

>> SÁBADO (24)
16h – “Centros comunitários e vida na periferia”. Com Teto, coletivo Gastronomia Periférica e bailarino Khally (B-boy). Mediação: Marcelo Sollero.

18h – “Território global”. Com VJ Fer Pineirua (Uruguai) e VJ Mozart. 
Mediação: Ygor Marotta  (VJ Suave) .

>> DOMINGO (25)
16h – “Acessibilidade artística”. Com Nina Mancin (Polo Cultural) e Victor di Marco. Mediação: Eneida Sollero.

18h  – “Empreendedorismo social em busca de autonomia”. Com Lemuel Simis (Firgun), Liliane Jacintho (Plana Vivências) e Daniel Annenberg. 
Mediação: Bruna Coletti.

Inscrições para participar dos eventos via Zoom: https://polocultural.com.br/arte-e-inovacao/. 
Transmissão via https://www.youtube.com/user/polocultural