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Estado de Minas TELEVISÃO

Série com Eduardo Bueno propõe novo olhar sobre o Brasil

No domingo, estreia a segunda temporada de 'Guia politicamente incorreto da História do Brasil', no History Channel


07/11/2020 04:00

Eduardo Bueno nega viés direitista da série do History Channel e defende o debate como forma de entender o Brasil(foto: Al Hamdan/divulgação)
Eduardo Bueno nega viés direitista da série do History Channel e defende o debate como forma de entender o Brasil (foto: Al Hamdan/divulgação)

A segunda temporada do programa Guia politicamente incorreto da história do Brasil vai ao ar neste domingo (8), no History Channel, com apresentação do jornalista e escritor Eduardo Bueno. Os oito episódios abordam de forma inusitada personagens e momentos da trajetória do país.

“Sempre acreditei que a história não poderia ficar aprisionada dentro da sala de aula. É claro que o que a gente aprende na escola tem seu valor, mas o lugar da história está nas discussões, na vida real, com as pessoas vibrando, querendo saber mais para construir um mundo melhor”, afirma Bueno.

Os novos episódios abordam a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, o mito de Tiradentes, a trajetória de Antônio Conselheiro e a “teoria” de que o país seria melhor caso fosse colonizado por outros povos europeus em vez dos portugueses.

DIREITA

A primeira temporada, lançada em 2017, gerou polêmica, pois o programa foi acusado de ser “direitista”. Historiadores chegaram a se recusar a participar dele. O diretor Raul Costa Jr. diz que a segunda rodada terá maior diversidade de entrevistados e opiniões. Para discutir a abolição, a produção convidou historiadores negros, por exemplo.

“Nosso papel é sempre buscar a informação, trazer os fatos e deixar que a audiência tenha em mãos tudo de que ela precisa para aprender e formar sua própria opinião”, ressalta Raul Costa.

Eduardo Bueno discorda da acusação de que o Guia... seja de direita. “Jamais participaria de um programa de direita, mas também jamais participaria de um programa de esquerda. Não acho que a série seja de esquerda ou de direita. Ela procura ver o que joga o Brasil para cima e o que o atira para baixo. Tem muita coisa atirando o Brasil para baixo, mas o History Channel não é uma delas.”

De acordo com o apresentador, autor de vários livros de história, a nova temporada busca se desvincular da “polarização ridícula”, procurando discutir ideias em vez de “polêmicas vazias”. “O que interessa é saber se o mundo está indo para a frente e não para trás”, resume.

O pesquisador e cientista político Christian Lynch, consultor da segunda temporada, diz que a proposta é superar a visão de que a história busca somente culpados pelos problemas. “O presente sempre foi polarizado, inclusive quando era passado. A nova temporada aborda essa dificuldade, mostrando diferentes narrativas e diferentes pontos de vista. Isso complexifica a nossa visão de passado.”

Eduardo Bueno elege como favorito o episódio sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial e as consequências da vitória dos Aliados para o país.

“É um momento-chave da história do Brasil. Tem gente que até hoje fala mal do nosso Exército lutando na Itália. A gente quer discutir: afinal, esse Exército foi importante ou não?. É claro que foi”, defende.

ABOLIÇÃO

O apresentador também destaca o episódio que discute se a abolição, por meio da Lei Áurea, foi uma articulação política da princesa Isabel ou fruto do movimento articulado por Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e Luiz Gama, entre outros abolicionistas.
“Existe uma certa briga de narrativas para descobrir os responsáveis por abolir a escravidão ou mantê-la por tanto tempo. Acho que o programa equilibra muito bem a distribuição das responsabilidades positivas e negativas”, afirma Christian Lynch.

Eduardo Bueno diz que o debate é importante para entender o Brasil do século 21. “Hoje, a gente discute o racismo estrutural, o fato de o país ter sido o último a abolir a escravidão, o Estado que recebeu o maior número de escravos ao longo da história. Tudo isso está vivo ainda, não é passado. É um presente fervilhante e intenso que influencia diretamente a nossa vida”, conclui.

*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

GUIA POLITICAMENTE
INCORRETO DA
HISTÓRIA DO BRASIL
• Segunda temporada
• History Channel
• Aos domingos, às 19h


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