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Estado de Minas TRABALHO E LAZER

Guaja anuncia reabertura prevista para janeiro de 2021

Após ser fechado devido à pandemia, café & coworking passa por reformulação, que inclui novos parceiros


16/11/2020 04:00 - atualizado 16/11/2020 07:57

Com sede em uma casa modernista de BH, Guaja quer retomar a sua essência de coworking, promovendo conteúdo e eventos e respeitando os protocolos sanitários (foto: FOTOS: Guaja/DIVULGAÇÃO )
Com sede em uma casa modernista de BH, Guaja quer retomar a sua essência de coworking, promovendo conteúdo e eventos e respeitando os protocolos sanitários (foto: FOTOS: Guaja/DIVULGAÇÃO )
Após decretar o encerramento das atividades devido às consequências da pandemia da COVID-19, o café & coworking Guaja reformulou seu modelo de negócio para viabilizar a retomada. O espaço, fundado pelos irmãos Lucas e Bruno Durães, fechou parceria com duas empresas e prepara a reabertura prevista para janeiro de 2021. 

O estabelecimento abriu em 2013 com a proposta de ser um dos primeiros coworkings do país, apostando na potência das conexões. Levando o nome Guajajaras Coworking, em homenagem à rua onde os irmãos nasceram no Centro de Belo Horizonte, o espaço de 120m2 contava somente com a estrutura do escritório compartilhado e as salas de reuniões.

Lucas, de 31 anos, relata as dificuldades de vencer a desconfiança dos mineiros nos primeiros anos. “A indústria do coworking ainda era muito incipiente. Era algo muito desconhecido da grande maioria das pessoas. Então, o nosso principal desafio foi o de educar o público sobre essa nova possibilidade”, comenta o arquiteto e co-fundador do Guaja. Anos antes da pandemia do novo coronavírus, os proprietários já apostavam no dinamismo digital e o trabalho a distância, atraindo freelancers, funcionários de pequenas empresas e trabalhadores de companhias com a sede fora de Belo Horizonte.

Aos poucos, o modelo de negócio foi se expandido e a sede, então na Rua dos Guajajaras, se tornou pequena para a demanda. No final de 2015, o Guaja se mudou para um espaço quatro vezes maior, no alto da Avenida Afonso Pena, combinando a estrutura de coworking, cafeteria e bar. A reformulação tinha o objetivo de possibilitar novas formas de interação.

“No coworking tradicional, por mais que as pessoas estivessem fisicamente juntas no mesmo espaço, isso não propiciava tantas conexões. Quando a gente fazia um happy hour, por exemplo, era o momento que as pessoas mais se conectavam. Então, a gente começou a perceber que a comida e a bebida são ferramentas muito importantes para suscitar essa interação entre as pessoas”, justifica Lucas.

A aposta surtiu efeito. Em 2019, cerca de 150 pessoas já haviam adotado o Guaja como local de trabalho diário. O bar fez sucesso a partir de um cardápio inovador com hambúrgueres e drinks, atraindo, em média, 250 clientes por dia. Ao longo dos anos, o espaço foi palco de novos projetos, workshops, palestras, eventos corporativos, lançamentos de livros, casamentos, aniversários e sessões de filmes, entre outros.

Entretanto, a pandemia da COVID-19 e as recomendações de distanciamento social pegaram os proprietários desprevenidos e o modelo de negócio – que implicava em aglomeração e cooperação – ficou inviabilizado. Em março deste ano, a atividade do Guaja se restringiu ao delivery, o que nunca havia sido sua prioridade. “Fizemos os cálculos e percebeu que, mesmo que fizesse muito sucesso no delivery, a conta não fechava. Foi muito por isso que a gente teve que tomar essa triste decisão de encerrar. Era necessário a gente diminuir nosso custo ao máximo”, revela Lucas.

Em maio, todos os 35 funcionários foram dispensados e o espaço anunciou o fechamento das portas (em nota publicada no site guaja.cc). “Foi muito triste porque ficamos durante sete anos levantando essa bandeira da aglomeração. A gente vendia a ideia que era legal estar num espaço cheio de gente para poder encontrar com pessoas novas e, de repente, tudo isso que era proibido de fazer”, lamente Lucas.
Famosos hambúrgueres da casa vão continuar no cardápio novo(foto: Camila Rocha/Estático Zero Fotografias)
Famosos hambúrgueres da casa vão continuar no cardápio novo (foto: Camila Rocha/Estático Zero Fotografias)

SUSTENTABILIDADE 
A partir do comunicado, algumas empresas fizeram contato para viabilizar a retomada do funcionamento e, seis meses após o encerramento, o Guaja fechou parceria com a cervejaria belo-horizontina Sátira e a Casa Baanko, reformulando seu modelo de negócio neste tripé.

A Sátira assume a operação de restaurante e entretenimento, enquanto a Casa Baanko – organização que utiliza os objetivos do desenvolvimento sustentável para fomentar negócios de impacto – se muda para o mesmo endereço, deixando o terreno ainda mais fértil para o ecossistema empreendedor.

Desde novembro de 2019, Lucas Durães buscava a presença e a expertise de um grande operador do setor de bares e restaurantes para otimizar os serviços da casa. “A gente queria ter um parceiro justamente para poder tocar aquilo que a gente faz de melhor, que é a parte do coworking, educação, conteúdo, eventos e tudo mais, que era nosso principal objetivo desde sempre”, aponta Lucas.

Na última semana, teve início as reformas para adaptar a estrutura do espaço à nova demanda. Ao lado da Sátira e da Casa Banko, o Guaja cuida dos detalhes para reabrir o casarão na Avenida Afonso Pena em busca de novos encontros, projetos, aprendizados e happy hours. Cada parte vai contribuir para a construção de um “espaço único para Belo Horizonte”, que mantém toda sua essência: espaços de coworking, salas de reuniões, cursos, workshops e novos cardápios.
Os irmãos Bruno e Lucas Durães fundaram o Guaja com a proposta de modelo de negócio que implica em cooperação
Os irmãos Bruno e Lucas Durães fundaram o Guaja com a proposta de modelo de negócio que implica em cooperação

"No coworking tradicional, por mais que as pessoas estivessem fisicamente juntas no mesmo espaço, isso não propiciava tantas conexões. Quando a gente fazia um happy hour, por exemplo, era o momento que as pessoas mais se conectavam. Então, a gente começou a perceber que a comida e a bebida são ferramentas muito importantes para suscitar essa interação entre as pessoas"

Lucas Durães, arquiteto e co-fundador do Guaja


CARDÁPIO 
A reabertura está prevista para janeiro de 2021, podendo ocorrer antes. O cardápio do restaurante será alterado pela Sátira, mas uma seleção de hambúrgueres e drinks remanescentes do antigo bar vão continuar sendo ofertados. O coworking vai seguir funcionando adotando protocolos de higienização, segurança e distanciamento.

Lucas Durães se diz confiante na retomada em meio à pandemia da COVID-19 e espera maior atenção dos clientes com as normas de segurança para evitar danos ao negócio. “A gente está tentando manter a cabeça erguida, sempre acreditando no futuro, porque é o jeito de a gente sair dessa. O importante nesse momento é equilibrar as coisas da melhor forma possível, atendendo às questões científicas e sanitárias, mas também tentando não deixar de lado aquilo que é importante para a cidade continuar sendo o que ela é”, conclui.

* Estagiário sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro

GUAJA
Avenida Afonso Pena, 2881, Funcionários
E-mail: coworking@guaja.cc Facebook e Instagram: @guaja.cc
Site: guaja.cc/ 


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