Jornal Estado de Minas

LITERATURA

Clarice Lispector na lista de livros indicados por Elena Ferrante

A leitura de Clarice Lispector foi indicada por Elena Ferrante em sua lista de escritoras preferidas, recomendando o romance A paixão segundo G.H. Os títulos da relação da autora da tetralogia A amiga genial, que vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo, foram publicados em inglês, mas muitos estão disponíveis em português.





Esse é o caso de Arquivo das crianças perdidas, de Valeria Luiselli, belo romance sobre família que tem como pano de fundo, por um lado, a questão das crianças mexicanas que tentam entrar nos Estados Unidos e, por outro, a história de resistência dos apaches. Ou de Amada, de Toni Morrison, e Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie.

Ao lado delas estão escritoras de várias nacionalidades e diferentes épocas, como Marguerite Duras, Nadime Gordimer, Arundhati Roy, Sheila Heti, Shokoofeh Azar, Doris Lessing, Elfriede Jelinek, Alice Munro, Jhumpa Lahiri, Margaret Atwood e Natalia Ginzburg, entre muitas outras.

Elena Ferrante não explicou sua lista. Divulgou apenas uma frase misteriosa: “Histórias de mulheres com os dois pés, e às vezes um, no século 20”.

Um mistério – bem ao gosto de Clarice Lispector – intriga o mundo: quem é Helena Ferrante? A identidade da escritora jamais foi revelada. Especula-se que seria uma tradutora chamada Anita Raja, que trabalha na editora responsável pela publicação de sua obra.





Anita é mulher do autor italiano Domenico Starnone, o Nino. Na saga de Ferrante, há o personagem Nino Sarratore.

Em A paixão segundo G.H., livro lançado em 1964, Clarice Lispector conta a história da mulher que perde sua individualidade depois de um prosaico fato doméstico: o “assassinato”, por esmagamento, de uma barata que passeava na porta do guarda-roupa.

Classificado como “romance-enigma”, o livro explora com maestria os fluxos de consciência. A protagonista, aliás, é tão misteriosa quanto Elena Ferrante. Também não se sabe o nome dela, apenas as iniciais: G. H.

“Se eu me confirmar e me considerar verdadeira, estarei perdida porque não saberei onde engastar meu novo modo de ser – se eu for adiante nas minhas visões fragmentárias, o mundo inteiro terá que se transformar para eu caber nele”, diz a personagem G. H.




AS PREFERIDAS


3 A paixão segundo G.H.
 . De Clarice Lispector

Léxico familiar
. De Natalia Ginzburg

Intérprete de males
. De Jhumpa Lahiri

O deus das pequenas coisas
. De Arundhati Roy

O amante
. De Marguerite Duras

Americanah
. De Chimamanda Ngozi Adichie

O assassino cego
. De Margaret Atwood

Manual da faxineira
. De Lucia Berlin

Esboço
. De Rachel Cusk

A pianista
. De Elfriede Jelinek

Destinos e fúrias
. De Lauren Groff

Maternidade
. De Sheila Heti

O quinto filho
. De Doris Lessing

Arquivo das crianças perdidas
. De Valeria Luiselli

O baile
. De Irene Nemirovsky
 
Um bom homem é difícil de encontrar
. De Flannery O’Connor

O sino
. De Iris Murdoch

Vida querida
. De Alice Munro

Blonde
. De Joyce Carol Oates

A Ilha de Arturo
. De Elsa Morante

Acabadora
. De Michela Murgia

Amada
. De Toni Morrison

Gilead
. De Marylinne Robinson

Pessoas normais
. De Sally Rooney

Memórias de Adriano
. De Marguerite Yourcenar

Uma vida pequena
. De Hanya Yanagihara

The enlightenment of the greengage tree
. De Shokoofeh Azar