Jornal Estado de Minas

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Filmes mineiros on-line? Streaming reúne produções independentes

Com o crescimento da produção de longas, curtas, documentários e animações feitos por cineastas, produtores e atores independentes de Minas Gerais, um casal de atores mineiros decidiu criar uma plataforma de streaming que valorizasse essa expansão de filmes independentes mineiros e brasileiros e facilitasse a distribuição de conteúdo.





O casal de atores mineiros Luciana Damasceno e Daniel Jaber fundaram, em parceria com o sócio Marcelo Bregunci, a plataforma de streaming de filmes “Cardume”. No total, são mais de 30 curtas e médias-metragens feitos em Minas Gerais e 90 produções de artistas nacionais disponíveis para o assinante conhecer.  


O streaming tem filmes de todos os gêneros, da comédia ao terror, e um sistema de tags que facilita a seleção de temáticas específicas para os assinantes. Por enquanto, a plataforma funciona somente pelo navegador do celular ou do computador. Mas, Daniel conta que há planos para desenvolver um aplicativo para Android e iOS.

A assinatura da Cardume custa R$ 5 por mês e funciona como qualquer outra plataforma de streaming: ou seja, o cliente paga por uma assinatura mensal e pode ver todos os filmes do catálogo.

Trabalho em conjunto

“Cinema é uma arte que se faz em grupo. E o nome da plataforma vem, principalmente, da ideia do cardume de peixes, em que os peixes pequenos se juntam para conseguir sobreviver às adversidades. Como não tem muito espaço no mercado e distribuição ou verba fomento, a gente quer juntar vários peixes pequenos para crescer”, explica Luciana Damasceno.

Seguindo o lema do nome, a Cardume paga aos produtores e diretores dos filmes por direitos autorais. Assim, Luciana conta que o valor monetário “da assinatura volta para o cinema independente, para os produtores, para os diretores e, depois, para as pessoas que estão assistindo”. 





Além de ajudar o cinema e conhecer a arte, quem assina a plataforma tem acesso a benefícios, como participar das ações que a Cardume promove, Masterclass, prêmios para as curtas metragem e descontos em parcerias para o audiovisual.

Das gavetas para as telas

Daniel Jaber conta que a ideia de montar a plataforma surgiu há mais de cinco anos, mas somente em 2019 o casal colocou o projeto em prática. “Eu e a Lu sempre trabalhamos com audiovisual independente. Nós íamos aos festivais, assistimos a pérolas, mas depois a gente não via as produções em lugar nenhum. Muitas vezes esses filmes iam para a gaveta dos diretores. Então, a gente não tinha acesso aos filmes”, comenta Jaber.  

Minas Gerais tem várias mostras e festivais de cinema, como CineBH, FADOC e as que ocorrem em Tiradentes e Ouro Preto, onde as produções independentes geralmente são exibidas. Porém, muitas vezes, os filmes não saem da bolha artística. Luciana conta que outra missão da plataforma é difundir os filmes para além do nicho. “Queremos os curtas-metragens brasileiros alcancem a população em geral que não tem o costume de assistir”, afirma.

Edital de financiamento

Daniel conta que também planeja abrir editais para desenvolvimento de projeto, onde a Cardume incentiva, financeiramente, uma produção mineira. “Nós queremos que os filmes sejam muito acessíveis e consiga fomentar o cinema”, afirma. “Quanto mais gente assiste, mais gente consegue produzir os filmes”, completa Luciana.





Além de divulgar o nome da plataforma, a Cardume promove os filmes individualmente, em mostras de cinema e no licenciamento para outros festivais. A Cardume também fechou parcerias com cinemas itinerantes, como o SESC, que poderão passar os filmes. “Os professores de cinema pedem para exibir os filmes em salas de aula. E também tem outras iniciativas, como Curta na Kombi, que sempre exibem os nossos curtas”, explica. “Então a gente sempre faz de tudo para que os filmes sejam passados fora da plataforma”, afirma Luciana. 


Divulgação das produções

Quando um filme estréia na plataforma, a equipe montou uma estratégia de divulgação que vai além do marketing em rede social ou mostras de cinema. “Assim que o filme é aprovado na curadoria, a gente agenda com os produtores uma sessão de lançamento que é feita on-line e ao vivo, geralmente nas quintas ou terças feiras. Além de transmitir o filme, a gente convida a equipe do filme para debater os aspectos da produção com a plateia virtual”, conta Daniel. Esse plano vem chamando a atenção das pessoas. Segundo Daniel, mais de 180 pessoas participaram de uma das sessões de lançamento.

Além do público brasileiro, a Cardume também tem o projeto de levar a plataforma para outros países. “Temos muitos planos de levar a Cardume para fora do Brasil, para que esses filmes sejam cada vez mais apreciados, também, fora”, comenta Daniel. Algumas produções do site já contam com legendas em inglês, como os curta-metragens mineiros Anderson e Estado Itinerante. 





Como colocar meu filme na Cardume?

Para colocar o filme na Cardume, o interessado deve ser o detentor dos direitos autorais. Daniel conta que o filme passa por um processo de seleção antes de ser exposto na plataforma. “Primeiro, tem um formulário, que é grande, mas necessário para a gente poder ter todas as informações da produção. Assim que o filme for inscrito, ele vai para a curadoria para ser avaliado por dois ou mais curadores”, explica. 

Para ajudar na hora de inscrever um curta, a equipe da plataforma fez um vídeo explicando o processo. Além disso, os interessados podem ir direto para o site da Cardume e clicar em “Inscreva seu curta” . 


A cardume recebe curtas (de até 30min) e médias-metragens (que entende ser até 50min de duração). Todos os gêneros são aceitos desde que a produção tenha sido feita por produtores brasileiros.

Conheça a Cardume

Site: https://cardume.tv.br/
Instagram: @cardumecurtas
Assinatura: R$ 5 por mês

*Estagiária sob supervisão de Rafael Alves




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