Imagens resolutivas são aquelas que apontam caminhos, soluções e saídas para problemas enfrentados coletivamente. O termo, trazido pelo líder quilombola Antônio Bispo dos Santos (Nego Bispo) ao Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte (FIF-BH) em 2017, foi escolhido como tema da edição deste ano, que começa nesta segunda-feira (7) e vai até sábado (12), de forma virtual.
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Cacá Carvalho estreia peça inspirada em Odisseia de HomeroReality culinário tem como desafio os biscoitos natalinosMostra destaca a influência italiana na arquitetura de BHA Amazônia vista de dentro é tema da exposição 'Luz do Norte'O FIF nasceu em 2013, com a proposta de transformar BH em polo de convergência para a discussão sobre a produção da imagem fotográfica no Brasil e no mundo. “O evento tem como objetivo a produção de conhecimento no campo da imagem. Apesar de ser um festival de fotografia, ele se conecta tanto com outros campos da arte quanto com outros campos do conhecimento”, afirma Guilherme Cunha, codiretor e idealizador do FIF.
Em 2020, o festival enfrenta um cenário inédito. Devido à pandemia, o evento foi adiado para o fim do ano e adaptado para o modelo on-line. O processo de seleção foi estendido para o período entre os meses de fevereiro e julho.
Guilherme Cunha afirma que, apesar das limitações, o formato virtual possibilita a expansão de públicos e convidados. “A gente consegue se contatar com pessoas que têm destaque muito grande no campo das artes visuais e da pesquisa, sem o ônus do deslocamento”, explica.
Por meio do Projeto FIF em Casa, 500 inscritos receberão gratuitamente fotografias impressas dos artistas que fazem parte desta edição, o que possibilita a organização de uma exposição particular. Em outra vertente, muros de casas, instituições e estabelecimentos foram selecionados para expor imagens fotográficas de fotógrafos. “A tela não dá conta de toda a potencialidade que a imagem carrega”, afirma Guilherme Cunha.
O mote “imagens resolutivas” atraiu o maior número de inscrições registrado pelo FIF: 1.745. Desse total, foram selecionados 38 trabalhos de 43 autores, entre fotógrafos, artistas visuais e videomakers do Uruguai, África do Sul, Japão, Grécia, Kuwait e Brasil, entre outros países.
Por meio de longas-metragens, videoartes e ensaios fotográficos, cada proposta aborda um tema específico inspirado no conceito trazido por Nego Bispo. Guilherme Cunha afirma que os trabalhos buscam apontar soluções criativas para os problemas contemporâneos, sugerindo caminhos distantes da polarização e do conflito.
“Não vamos ficar vendo a cratera, vamos pensar em como podemos plantar nessa cratera”, afirma Guilherme. As imagens trazem ideias propositivas para abordar discriminação social e direitos trabalhistas, buscando construir uma sociedade mais igualitária.
A curadoria do evento focou em artistas em sintonia com a temática. “São pessoas que também estão procurando soluções e apontando para caminhos a partir de seu trabalho”, afirma Guilherme.
Haverá quatro palestras, ministradas por Alfredo Jaar (Chile), Aline Motta (Brasil), Roland Bleiker (Áustrália) e Walfrido Claudino (Brasil), para discutir visões, questionamentos e reflexões em torno do tema imagens resolutivas. O eixo “Experiências da imagem” é dedicado às vivências de trabalho de Ana Lira (Brasil), Federico Estol (Uruguai), Lebohang Kganye (África do Sul) e Nicolas Henry (França).
Entre as atividades formativas, o FIF terá oficinas ministradas pelo cineasta mineiro Affonso Uchoa, a fotógrafa espanhola Cristina Nuñez, o artista visual colombiano Ricardo Muñoz Izquierdo e a artista visual pernambucana Ana Lira. As inscrições já foram encerradas.
A Maratona Fotográfica, residência artística realizada desde novembro, contou com Joaquim Paiva (Brasil), Pedro David (Brasil) e Ângela Berlinde (Portugal). A atividade resultará no desenvolvimento de 15 séries fotográficas que serão exibidas no site do FIF.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro
FIF-BH 2020
De 7 a 12 de dezembro, no site www.fif.art.br
IMAGENS RESOLUTIVAS
Exposição em cartaz no Instagram (@fifibh) e Facebook (facebook.com/fifbh)