Romance, amizade, intrigas, música, aulas on-line e humor. Assim é o novo filme protagonizado por Sophia Valverde, a jovem estrela das novelas infantojuvenis do SBT/Alterosa, como As aventuras de Poliana. A garota invisível conta a história de Ariana, que acidentalmente posta na internet um vídeo em que se declara para o garoto por quem é apaixonada. Dirigido por Maurício Eça, o longa estreia nesta terça-feira (22) nas plataformas de streaming.
Sophia, de 15 anos, tornou-se queridinha dos fãs ao fazer o papel de Poliana, personagem criada no início do século 20 pela escritora americana Eleanor H. Porter. A atriz comenta que sua nova protagonista tem tudo a ver com as garotas de hoje em dia.
“Há muitas meninas como Ariana espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Elas têm um crush superbonito, modelo, superinteligente – bem, nem tão inteligente no filme –, mas não sabem lidar muito bem com isso”, afirma.
POPULAR No caso, o crush é o galã Khaleb, interpretado por Guilherme Brumatti, de 18. “É o cara mais popular da escola, toca tudo, o famoso multiuso. É nisso que pareço com ele: a musicalidade. Mas não sou tão extrovertido assim, sou mais reservado”, explica Guilherme.
Para realizar o sonho de namorar o bonitão, Ariana tem de enfrentar as artimanhas da youtuber Diana (Mharessa Fernanda, de 18 anos). “Ela é mimada, tudo deve ser no tempo dela, do jeito que ela quer. Nesse mundinho cor-de-rosa, Diana está sempre em primeiro lugar. Vai sabotar o que for possível para conseguir o que quer”, revela Mharessa. “Mas quero deixar bem claro: eu não sou assim”, garante a atriz.
Ariana conta com a ajuda de Téo, seu melhor amigo e secretamente apaixonado por ela. “Ele é um garoto muito nerd, geek, que ama jogar videogame e adora quadrinhos. Téo é muito Matheus, esta foi a parte mais legal. A única diferença é que o personagem é mais contido do que eu, meio antissocial”, conta o ator Matheus Ueta, de 16.
Outras participações são de Bia Jordão e da irmã dela, a pequena Clarinha, de 5. As duas também são irmãs na trama. Laurinha, inteligente e fofa, dá ótimos conselhos a Paty, a personagem de Bia. Marcelo Várzea faz o papel de professor Chicão.
Criada por Lívia Alcalde e C. Jos Bravo, a trama foi feita sob medida para o isolamento social imposto pela pandemia da COVID-19. Poucas são as cenas com atores juntos. A produção foi filmada em 15 dias, com equipe reduzida e cenas na casa dos próprios artistas – no quarto, sobretudo.
“O grosso do quarto de cada um já estava pronto”, explica o diretor Maurício Eça. “No caso de Guilherme Brumatti, foi necessário apenas mudar a cama de lugar.”
A mudança mais significativa ocorreu na casa de Mharessa Fernanda. “Meu quarto é bem simples, cheio de bichinhos. Quando vieram montar o cenário, eu não estava. Quando cheguei, foi uma surpresa”, conta. Para ela, isso ajudou no momento de atuar. “Estávamos no nosso cantinho, mas com a cara dos personagens.”
O distanciamento físico não impediu a diversão. “Antes das gravações, já estava aquele clima meio pesado de pandemia. Fiquei meio desanimada, mas foi só começar o filme e fiquei superfeliz”, conta Sophia Valverde.
Mharessa Fernanda adorou os erros de gravação da cena em que Diana toma sorvete. “Enquanto não começava, eu ia comendo. Falei: 'Gente, tá derretendo aqui. Vai ter de repor'. E eu comendo”, diverte-se.
Em certos momentos, as gravações on-line causaram confusão. “Teve uma hora em que a Sophia me ligou. Ela disse: 'Oi!'. E comecei a atuar, achando que já estava na cena. Aí ela avisa: 'A gente ainda não vai gravar agora'. Foi muito engraçado, ri o dia inteiro”, relembra Guilherme Brumatti.
Sophia Valverde diz que um dos temas mais importantes do filme é a “invisibilidade” que faz boa parte dos jovens sofrer. “Há gente achando que é invisível, mas acaba que alguém tem olhos para ela. Às vezes você não percebe, mas uma pessoa tá olhando pra você. A gente acha que é invisível, mas não é tão invisível assim.”
Mharessa Fernanda concorda. “É muito você parar e observar. Tipo sou importante e alguém se importa comigo, quer saber de mim, sair comigo. Eu sou legal. Temos de abrir os nossos olhos para encontrar essa pessoa, essas pessoas”, aconselha.
“Todo mundo é especial, tem de se sentir especial e não deve ter medo de ser especial. Não tem melhor ou pior, todos têm o seu talento”, garante o diretor Maurício Eça.
“A ideia do filme é ser um alívio, ser alto-astral para que as pessoas se divirtam”, diz Marcelo Várzea. Por isso, a opção foi não abordar a COVID-19.
As personagens de Bia Jordão, Kaik Pereira, Mharessa Fernanda e Guilherme Brumatti fazem recuperação e têm aulas on-line com o professor Chicão. Na vida real, Matheus Ueta e Sophia Valverde também enfrentam os desafios do ensino a distância.
“Já aconteceu de abrir o microfone, dizer coisa errada e o professor falar: ‘Nossa, Sophia!'. Todo mundo ficou rindo da minha cara”, revela a atriz.
Matheus Ueta admite: gosta de aprender coisas novas, mas não é muito fã de estudar. “Na aula on-line, sou o cara que fica com microfone e câmera fechados, só ouvindo o professor. Não durmo não, presto atenção na aula”, garante.
Porém, ao deixar o microfone ligado, Ueta foi flagrado conversando com os amigos durante a aula. “A professora perguntou o que eu estava fazendo. Aí, eu: ‘Desculpe professora, estava conversando com minha mãe’”.
*Estagiária sob supervisão da
editora-assistente Ângela Faria
A GAROTA INVISÍVEL
Filme dirigido por Maurício Eça, com Sophia Valverde, Matheus Ueta, Mharessa Fernanda e Guilherme Brumatti. Estreia nesta terça-feira (22), nas plataformas Apple TV, YouTube Filmes, Now, Google Play, Vivo Play e Sky.