A partir desta sexta-feira (15/1), o Itaú Cultural exibe, sempre às 20h, em seu site, a programação de encerramento da vertente de música do Festival Arte como Respiro, que se estende até o próximo dia 31. Serão apresentados diariamente três pocket shows. Ao todo, foram selecionados 51 artistas, sendo 10 mineiros.
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No próximo dia 24, a rapper mineira Tamara Franklin apresenta três músicas que resumem o discurso do seu último álbum, Fugio – Rotas de fuga pro aquilombamento. As faixas debatem questões relacionadas ao machismo, opressão feminina, racismo, celebrações e a fusão do congado de Nossa Senhora do Rosário com o rap.
REPRESENTATIVIDADE
Tamara Franklin, de 29 anos, ressalta a responsabilidade de ser a única mineira selecionada para a última fase do Festival Arte como Respiro. “Consegui trazer um pouco do que é ser mulher preta dentro de Minas. Eu me sinto muito honrada por estar nesse local de representatividade e espero que as mulheres se sintam representadas”, diz ela.A MC afirma que a remuneração proporcionada pelo edital representou “um alívio muito grande. Foi uma grana para pagar contas que estavam atrasadas, conseguir dar uma respirada e até ter novas perspectivas”.
No dia 25, é a vez de o cantor e compositor mineiro Makely Ka exibir a apresentação feita ao lado da esposa, Rosa Antunã. Com letras gravadas por Lô Borges, Samuel Rosa e Titane, entre outros, o violonista apresenta três músicas autorais, que discutem questões políticas e ambientais. São elas: Paracatu, Regresso ao agreste e Coco das serras.
“É um tipo de concepção de música que eu sei que não é todo mundo que vai ouvir. Hoje, as pessoas em geral escutam música como plano de fundo. Eu faço uma música que exige essa atenção para perceber as nuances e os detalhes”, diz Makely Ka, de 45 anos.
Ele conta que a participação no festival permitiu dar continuidade à gravação de seu novo álbum, Rio aberto, e se orgulha de estar entre os 160 artistas contemplados. “Acho que é o reconhecimento de um trabalho de 20 anos de carreira batalhando, apesar do nosso reconhecimento aqui em Minas ser muito restrito.”
O Quarteto Araçá terá sua apresentação divulgada no dia 27, representando a cultura do choro na programação de encerramento do festival. Natural de Poços de Caldas, o grupo formado por Jorge Viviani, Otávio Quartier, Leo Brasileiro e Flávio Danza nasceu em 2016, com a proposta de preservar as obras de importantes compositores do gênero, como Pixinguinha, Moacir Santos e Cartola.
Em 2019, os artistas lançaram o primeiro EP de inéditas. No Festival, eles apresentam três músicas instrumentais (Noite de São, Patuá e Bacalhau com cumari) presentes em seus dois primeiros trabalhos autorais.
O violinista Jorge Viviani, de 44 anos, afirma que a aprovação no edital foi um salto na carreira do grupo. “O choro, apesar de ser tão brasileiro e rico, não atinge a grande massa. A gente faz um trabalho que é mais difícil de ter reconhecimento. É uma realização imensa ver que conseguimos ser classificados com as nossas músicas e defendendo o gênero de que tanto gostamos num edital de tamanha importância.”
Na avaliação do violonista, “o momento ainda é complicado e delicado”. Ele diz acreditar que “esses projetos vão continuar valorizando e salvando a classe artística”. Ângelo Scarpelli, Bruno Cupertino, Higor Antunes, Fabrício Conde, Maurício Tizumba, Paulo Santos e o grupo Babadan completam a lista de mineiros presentes no encerramento do Festival Arte como Respiro.
MINAS PRESENTE
Confira quando os artistas do estado se apresentam no festival
• Sábado (16/1)
Ângelo Scarpelli
• Domingo (17/1)
Bruno Cupertino
• Terça (19/1)
Grupo Babadan
Higor Antunes
• Quinta (21/1)
Fabrício Conde
• Sábado (24/1)
Tamara Franklin
• Domingo (25/1)
Makely Ka
• Terça (27/1)
Quarteto Araçá
• Sábado (30/1)
Maurício Tizumba
• Domingo (31/1)
Paulo Santos
Festival Arte como Respiro – Edição Música
Desta sexta (15/1) a 31 de janeiro, sempre às 20h. No site do Itaú Cultural.
*Estagiário sob supervisão da editora Silvana Arantes