Para comemorar os 21 anos dedicados à arte, o grupo Meninos de Minas lança nesta sexta-feira (26/02) o álbum “Êh Minas...”, com 11 faixas, um clipe embalado pela canção “A voz...”, do cantor e compositor Vander Lee (1966-2016) e o e-book “Nós aos 21...”, sobre a trajetória dos tamborzeiros mineiros. O material estará disponível gratuitamente no YouTube e em outras plataformas digitais. Ainda neste semestre deve ser lançado um documentário sobre o grupo. “Tambores Meninos”, o disco de estreia do grupo, foi lançado em 2016.
“Com a chegada do novo CD, o nosso terceiro, e do e-book, acredito que o Meninos de Minas ecoará um pouco da sua maturidade adquirida, dos sonhos realizados e da esperança nas sementes que estão germinando”, diz Cléber Camargo Rodrigues, fundador e coordenador do projeto.
Ele diz que esses lançamentos são uma celebração à vida “e também às utopias que movem os homens e os moinhos, ao brilho no olhar de cada integrante, mestre, produtor, gestor. É a oportunidade estampada na cara da alegria, mostrando um pouquinho de Minas e um tantão do coração da gente”.
As gravações do disco ocorreram em Itabira, Berlim (Alemanha) e Serpa (Portugal), em distintos períodos, mas sempre com a intenção de registrar as marcas registradas do grupo, como honra aos mestres e a valorização das tradições de Minas Gerais. “Ele também valoriza os compositores mineiros, as músicas e os ritmos oriundos do congado e expressa a força dos tambores, patangomes, gungas, cordas e vozes que difundem, divulgam e ampliam horizontes do alto das montanhas gerais, ao mirar os corações do mundo”, diz o coordenador.
O disco traz composições que estão em domínio público e também de compositores como Vander Lee, Newton Baiandeira, Maurício Tizumba, Sérgio Pererê, e de representantes da nova cena mineira, como Maíra Baldaia e Brenda Alais. A direção musical é de Bruno Messias, que começou ainda criança como aluno no projeto, se formou em música e hoje é educador musical. O clipe tem a direção de Clara França e Daniel Brígido.
ACERVO
Nesses 21 anos de estrada, Cléber reuniu um acervo com mais de 150 mil fotos do Meninos de Minas. A partir daí, resolveu fazer o e-book. “Foram fotos tiradas pela nossa equipe e por outras pessoas. Reunimos um pouquinho disso para fazer o primeiro trabalho de livro e destacar este momento. Além das fotos, ele conta com textos de vários parceiros.” Segundo o coordenador, o grupo está convidado para dois festivais internacionais neste ano, nos EUA e na Áustria.
Quando faz reuniões com os pais ou com os próprios meninos no momento em que entram para o projeto, o coordenador procura esclarecer que o Meninos de Minas não é o melhor do mundo, nem de Minas Gerais, nem de Itabira. “É um projeto no qual as pessoas têm paixão pelo que fazem.”
Na perspectiva do grupo, de nada vale o menino ser um excelente construtor de instrumento, músico ou cantor, se em casa ou na escola não age corretamente. “Se bate na irmã, deixa tudo desarrumado ou não respeita o professor. Tivemos um menino que deixou de viajar conosco para a Alemanha por causa disso.”
Durante a pandemia, o Meninos de Minas abriu 320 vagas em oficinas on-line, lives semanais, ciclos de debates. Com eles já tocaram Djonga, Maurício Tizumba, Naná Vasconcelos e Jaime Alem, entre outros.
“O grupo começou desenvolvendo oficinas de musicalização afro-mineira e oficinas de construção de instrumentos musicais, com material reciclado, em Pedro Leopoldo. Passamos por Betim e fixamos residência em Itabira, onde hoje fica a nossa sede”, lembra o fundador.
A garotada já realizou trocas e oficinas com pessoas do Brasil, Portugal, Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Argentina, Afeganistão, Irã, Iraque, Senegal, Síria, Paquistão, Turquia, Azerbaidjão, Líbano e México, entre outros. E já circulou com shows e oficinas por Portugal, Alemanha, Espanha e Estados Unidos.
MENINOS DE MINAS
Lançamento do álbum “Êh, Minas...”, do clipe “A voz...” e do e-book “Nós aos 21”. Nesta sexta-feira (26/2), às 11h, no canal do grupo no YouTube.