Para Bruce Wayne, Alfred Pennyworth é simplesmente Alfred, seu velho mordomo, melhor amigo, pai substituto e o que mais o milionário que encarna o Batman precisar. Reimaginar o personagem secundário da DC e colocá-lo jovem, como protagonista de uma história, ficou a cargo de Bruno Heller, criador das séries “Roma”, “Mentalist” e “Gothan”, esta última também uma derivação de “Batman”.
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Livro analisa série de TV sobre BatmanFinal da décima temporada de 'The walking dead' vai ao ar neste domingoA segunda temporada começa um ano após os acontecimentos da primeira, que terminou de maneira trágica. O protagonista matou o próprio pai, Arthur (Ian Puleston-Davies), para proteger a rainha (Jessica Ellerby).
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FASCISMO
Londres é uma sombra do que era no passado. Com a maior parte da Inglaterra dominada pelo grupo fascista Raven Union, a resistência, a chamada Liga Inglesa ocupa apenas a parte Norte da capital. Entre esses dois mundos está a Zona Neutra. E é ali que Alfred comanda o Delaney, um clube no Soho, onde fascistas e resistentes convivem – as armas, é claro, ficam do lado de fora.Outros personagens do núcleo principal também sofreram mudanças. Futura senhora Wayne, Martha Kane (Emma Paetz) ascendeu à posição de tenente da Liga. Tem um encontro com Thomas Wayne, de volta a Londres como líder do escritório da CIA. O relacionamento amoroso que mal havia tido início no passado sofre um novo baque quando Thomas revela a Martha que está noivo e que os dois deverão ser apenas amigos.
Longe do escapismo dos drinks e shows do clube noturno, o protagonista continua à frente de operações perigosas. E ele, como um bom mercenário, não escolhe lado. Trabalha para quem pagar melhor, é o que fica claro no primeiro episódio da nova temporada, que traz uma virada na sequência final. Alfred não quer saber de ideologia. Quer é juntar o mais rapidamente possível o máximo de dinheiro que conseguir para deixar o Velho Mundo e viver nos Estados Unidos.
O caminho, obviamente, terá muitos percalços. Já na estreia da temporada, é apresentado aquele que deve ser um novo vilão da história. Alfred é convocado para sequestrar o coronel John Salt (Edward Hogg). Para ele, o homem é um integrante de menor importância para a Raven Union, que Alfred deve sequestrar.
Só que a história não é bem assim, o que fica claro quando assistimos ao personagem torturando e matando, com requintes de crueldade, o escritor George Orwell (Ben Fox). A exemplo do que fez na temporada inicial com o mago inglês Aleister Crowley, “Pennyworth” coloca personagens reais na narrativa ficcional. Orwell morreu em 1950, uma década antes dos acontecimentos da série.
Mesmo valendo-se de personagens da DC e com o clima noir que domina várias narrativas do Cavaleiro das Trevas, “Pennyworth” mantém-se como uma produção totalmente independente da mitologia. Chama a atenção o tratamento estético, incluindo cenários, figurinos e fotografia. Ainda que o pano de fundo seja um país dividido por ideologias (algo que pode ser levemente relacionado com o Reino Unido pós-Brexit), a série segue como uma colagem de 007 e Sherlock Holmes.
PENNYWORTH
• A segunda temporada, com 10 episódios, estreia neste domingo (28/2), na Starzplay. A plataforma lança um episódio por semana