Jornal Estado de Minas

SÉRIE

Segunda temporada de 'Pennyworth' apresenta novo vilão


Para Bruce Wayne, Alfred Pennyworth é simplesmente Alfred, seu velho mordomo, melhor amigo, pai substituto e o que mais o milionário que encarna o Batman precisar. Reimaginar o personagem secundário da DC e colocá-lo jovem, como protagonista de uma história, ficou a cargo de Bruno Heller, criador das séries “Roma”, “Mentalist” e “Gothan”, esta última também uma derivação de “Batman”.





Em “Pennyworth”, cuja segunda temporada estreia neste domingo (28/2), na plataforma Starzplay, ele vive na Londres dos anos 1960. Interpretado por Jack Bannon, o personagem é um ex-soldado britânico do Serviço Aéreo Especial (SAS) que fundou sua própria empresa de segurança após a guerra. Seu caminho acaba cruzando com o do bilionário norte-americano Thomas Wayne (Ben Aldridge), ainda solteiro, ou seja, muito antes de se tornar o pai de Bruce.

A segunda temporada começa um ano após os acontecimentos da primeira, que terminou de maneira trágica. O protagonista matou o próprio pai, Arthur (Ian Puleston-Davies), para proteger a rainha (Jessica Ellerby).

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FASCISMO

Londres é uma sombra do que era no passado. Com a maior parte da Inglaterra dominada pelo grupo fascista Raven Union, a resistência, a chamada Liga Inglesa ocupa apenas a parte Norte da capital. Entre esses dois mundos está a Zona Neutra. E é ali que Alfred comanda o Delaney, um clube no Soho, onde fascistas e resistentes convivem – as armas, é claro, ficam do lado de fora. 





Outros personagens do núcleo principal também sofreram mudanças. Futura senhora Wayne, Martha Kane (Emma Paetz) ascendeu à posição de tenente da Liga. Tem um encontro com Thomas Wayne, de volta a Londres como líder do escritório da CIA. O relacionamento amoroso que mal havia tido início no passado sofre um novo baque quando Thomas revela a Martha que está noivo e que os dois deverão ser apenas amigos.

Longe do escapismo dos drinks e shows do clube noturno, o protagonista continua à frente de operações perigosas. E ele, como um bom mercenário, não escolhe lado. Trabalha para quem pagar melhor, é o que fica claro no primeiro episódio da nova temporada, que traz uma virada na sequência final. Alfred não quer saber de ideologia. Quer é juntar o mais rapidamente possível o máximo de dinheiro que conseguir para deixar o Velho Mundo e viver nos Estados Unidos.

O caminho, obviamente, terá muitos percalços. Já na estreia da temporada, é apresentado aquele que deve ser um novo vilão da história. Alfred é convocado para sequestrar o coronel John Salt (Edward Hogg). Para ele, o homem é um integrante de menor importância para a Raven Union, que Alfred deve sequestrar. 





Só que a história não é bem assim, o que fica claro quando assistimos ao personagem torturando e matando, com requintes de crueldade, o escritor George Orwell (Ben Fox). A exemplo do que fez na temporada inicial com o mago inglês Aleister Crowley, “Pennyworth” coloca personagens reais na narrativa ficcional. Orwell morreu em 1950, uma década antes dos acontecimentos da série. 

Mesmo valendo-se de personagens da DC e com o clima noir que domina várias narrativas do Cavaleiro das Trevas, “Pennyworth” mantém-se como uma produção totalmente independente da mitologia. Chama a atenção o tratamento estético, incluindo cenários, figurinos e fotografia. Ainda que o pano de fundo seja um país dividido por ideologias (algo que pode ser levemente relacionado com o Reino Unido pós-Brexit), a série segue como uma colagem de 007 e Sherlock Holmes. 

PENNYWORTH
• A segunda temporada, com 10 episódios, estreia neste domingo (28/2), na Starzplay. A plataforma lança um episódio por semana

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