Nem salas nem tapete vermelho. O Festival de Berlim começa hoje (1º/3) de maneira virtual, com 15 filmes na disputa pelo Urso de Ouro, um festival que permitirá medir o pulso da indústria do cinema, duramente afetada pela pandemia do novo coro-navírus.
Apenas o júri, reunido no mesmo hotel de Berlim, terá acesso a uma sala de exibição, onde todos respeitarão o distanciamento. Um dos seis membros, o iraniano Mohammad Rasoulof, vencedor do Urso de Ouro em 2020, terá que assistir aos filmes em Teerã, onde o governo mantém o diretor dissidente em prisão domiciliar.
O acesso on-line será restrito a membros da indústria cinematográfica e imprensa credenciada pelo festival. Em sua 71ª edição, o primeiro grande festival de cinema do ano na Europa reduziu o tempo de duração de 10 para cinco dias. O plano, no entanto, prevê três semanas de exibições abertas ao público em diversos cinemas e espaços ao ar livre de Berlim, com a presença dos cineastas, no próximo mês de junho.
Entre os destaques do festival estão "Petite Maman", da francesa Céline Sciamma, premiada em Cannes pelo longa "Retrato de uma jovem em chamas"; o novo trabalho da alemã Maria Schrader, que está por trás da série "Unorthodox", e a estreia como diretor do ator alemão Daniel Brühl (de "Adeus, Lênin!").
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Pela primeira vez, o festival de forte caráter social atribuirá um prêmio de interpretação "sem gênero", abolindo a separação em categorias de melhor ator e atriz, uma novidade entre os grandes eventos cinematográficos internacionais.
Fora da disputa pelo Urso de Ouro, que será anunciado na sexta-feira (5/3), será exibido o documentário "Tina", sobre a cantora Tina Turner, uma produção da HBO.
Na mostra Panorama, o documentário brasileiro "A última floresta", de Luiz Bolognesi, apresentará um retrato dos índios ianômamis na Amazônia. A seção Series selecionou a produção brasileira “Os últimos dias de Gilda”, do Canal Brasil.
A Berlinale segue o exemplo de festivais como Toronto (Canadá), que foi realizado majoritariamente on-line. A edição 2021 de Sundance (Estados Unidos) combinou o formato com projeções em drive-ins e pequenas salas independentes.
O Festival de Cannes, cancelado no ano passado, continua apostando em uma edição presencial, mas adiou a data, de maio para julho. Contudo a organização não descarta um novo adiamento, a depender das condições sanitárias.