De volta à Sala Minas Gerais desde o final de janeiro para a série especial (e virtual) “Serenatas de verão”, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais dá início oficialmente nesta quinta (4/3) à temporada 2021. Retoma os concertos com presença de plateia – na quinta só para assinantes, e na sexta (5/3) com venda de ingressos para o público em geral.
No momento em que a transmissão da COVID-19 em Belo Horizonte atinge seu maior índice em sete meses, a Filarmônica reforça os protocolos de segurança. Só receberá, a cada noite, até 393 pessoas na plateia, número que corresponde a 26% da capacidade da sala (1.493 lugares). Demais protocolos – temperatura medida antes do acesso e uso obrigatório de máscaras – também serão utilizados.
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“Este concerto sempre foi um sonho, pois é um grande desafio. E para mim é muito importante que ele aconteça agora”, diz Bellotto, que desde julho de 2020 começou a estudar a peça e a partir de novembro passou a executá-la diariamente. “É uma preparação bastante intensa. Não dá para ficar um dia sem tocá-la, ou você perde totalmente a musculatura”, completa.
O “Concerto para contrabaixo nº 1” foi executada pelo próprio Bottesini, em 1878, em Lausanne, Suíça, e Baden-Baden, Alemanha. Posteriormente, desapareceu por um século das salas de concertos por causa dos altos requisitos técnicos que demanda.
“O primeiro movimento tem uma introdução grande da orquestra e é tecnicamente muito difícil. Já o segundo movimento é lírico, lento, bem operístico, cheio de escalas. E o terceiro é de um malabarismo total, quase um circo, em que fico indo para baixo e para cima. Dura entre três e quatro minutos, até porque não daria para tocar muito mais do que isso”, explica Bellotto.
Chefe de naipe desde 2016, Bellotto está à frente de um grupo de outros seis contrabaixistas. “Vejo o contrabaixo como a base, como se fosse a fundação de um prédio. É ele que dá a referência rítmica o tempo inteiro, além de ser uma referência de afinação na parte dos graves para a orquestra.” Os contrabaixistas da Filarmônica tocam o instrumento com cinco cordas. Para o concerto de Bottesini, Bellotto tocará com somente três cordas.
DOCONTRA
O músico é fundador e diretor artístico do DoContra, formação de contrabaixistas que relê um repertório clássico e popular. No início do ano, o grupo lançou o clipe de “Como o machado”, canção do “Disco do tênis” (1972), de Lô Borges. Ao longo de 2021 o DoContra irá lançar outros seis clipes. “É meio como um aviso para a grande celebração, no ano que vem, dos 50 anos do álbum ‘Clube da Esquina’. Vamos criar um espetáculo de cordas, violão e voz com o repertório de vários compositores mineiros”, acrescenta Bellotto.Nos intervalos dos concertos desta semana serão realizadas as palestras dos chamados “Concertos comentados”. O convidado para o bate-papo será o contrabaixista e professor da Escola de Música da Uemg Valdir Claudino, ex-integrante da Filarmônica.
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
A abertura da temporada 2021 será nesta quinta (4/3), às 20h30, na Sala Minas Gerais, Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto. Presencial, somente para assinantes. Haverá transmissão do concerto pelo canal da Filarmônica no YouTube. Para o concerto de sexta (5/3), também às 20h30, haverá venda de ingressos para não assinantes. Os valores da entrada inteira vão de R$ 155 (camarote) a R$ 50 (mezanino). Vendas no site www.filarmonica.art.br ou na bilheteria da Sala Minas Gerais