Jornal Estado de Minas

MÚSICA

Compositor Luiz Gabriel Lopes revela sua jornada espiritual no EP 'Sóis'

Com a participação do cantor e compositor gaúcho Vitor Ramil e da cantora Lola Membrillo, integrante do grupo argentino Perotá Chingó, o mineiro Luiz Gabriel Lopes manda o EP “Sóis” para as plataformas digitais nesta quarta-feira (17/3).





Em seu novo trabalho, o fundador das bandas Graveola e Rosa Neon procura aprofundar a pesquisa que se equilibra entre o pop e as raízes da música brasileira. “Sóis” dá sequência aos álbuns solo “Passando portas” (2010), “O fazedor de rios” (2013), “Mana” (2017) e “Presente” (2020).

Influência dos Beatles 

O EP traz “Vênus”, balada que evoca a influência dos Beatles, aliada, segundo Luiz, à atmosfera contemporânea e a texturas sonoras inéditas em sua trajetória solo. “Criança boa”, reflexão sobre os “baixinhos”, remete à amizade dele com Lola Membrillo.

Vitor Ramil canta “Costura” com o amigo mineiro. “Esta canção conecta a Amazônia ao Rio Grande do Sul, uma ideia de país sonhada por mim”, explica. “Prólogo” e “Sonhar feito planta” completam o repertório. A produção é assinada por Leonardo Marques. As gravações foram feitas no Brasil, Portugal e Argentina.





As canções surgiram entre 2015 e 2021. “São músicas ligadas às viagens que fiz, ao movimento nômade que tenho vivido nos últimos anos. Cada faixa se relaciona com um episódio específico dessa jornada”, revela Luiz Gabriel.

Ouça "Costura": 



“Vênus”, por exemplo, surgiu durante uma viagem à Bahia e “Costura” na primeira visita dele à Ilha de Marajó, no Pará. “Já 'Criança boa' tem a ver com minhas viagens ao interior de Minas. O repertório acaba passando por minha lembrança, minha vivência através do movimento do planeta”, diz. “Esse novo trabalho é também uma espécie de aprofundamento de minhas investigações pelo universo da espiritualidade, das tradições mágicas e de conhecimentos ancestrais.”

Amazônia

“Sonhar feito planta”, conta ele, remete “à floresta amazônica e a todas as tradições que moram ali, especificamente relacionadas ao contato com os povos originários”. A letra está ligada às pesquisas do autor sobre a erva ayahuasca, também conhecida como santo-daime.





“O álbum se chama ‘Sóis’ porque fui percebendo que as canções tratam do movimento de expansão e retração, que nem o movimento de caminhada na vida, de ir para dentro e depois para fora. A gente vai compreendendo que quanto mais conhece o mundo, mais você conhece a si mesmo. E quanto mais conhece a si mesmo, mais conhece o mundo.”

O autor afirma que sua busca pessoal está ligada à compreensão do mistério da unidade entre as coisas e a vida. “Isso está muito além do que conseguimos observar. Este álbum, o meu trabalho e a maneira como o repertório se alinhou a isso tem a ver com todas essas investigações”, conclui.

“SÓIS”
.De Luiz Gabriel Lopes
.EP com cinco faixas
.Pequeno Imprevisto/Dalata Music Label
.Disponível nas plataformas digitais

audima