Promover um diálogo com a memória fotográfica em tempos de pandemia. Esse é o propósito do escritor e fotógrafo mineiro, radicado em Salvador, Aristides Alves, que lança nesta terça-feira (6/4), às 19h30, o livro “Num rastro de relâmpago”.
O lançamento marca a volta do projeto Foto em Pauta, coordenado pelo fotógrafo Eugênio Sávio. A palestra traz as participações especiais das pesquisadoras e curadoras Ângela Magalhães e Nadja Peregrino, e do próprio Sávio, que também coordena o Festival de Fotografia de Tiradentes. A transmissão será ao vivo pelo canal do projeto no YouTube.
O lançamento marca a volta do projeto Foto em Pauta, coordenado pelo fotógrafo Eugênio Sávio. A palestra traz as participações especiais das pesquisadoras e curadoras Ângela Magalhães e Nadja Peregrino, e do próprio Sávio, que também coordena o Festival de Fotografia de Tiradentes. A transmissão será ao vivo pelo canal do projeto no YouTube.
Esse é o 20º livro lançado por Aristides. Ele revela que a ideia começou no segundo semestre de 2019, quando teve que fazer uma cirurgia. “A operação foi um sucesso, pois fiquei somente dois dias no hospital, porém tive que ficar uns dois meses em casa me recuperando. Quando estava quase curado surgiu a pandemia causada pelo coronavírus. Foi aí que comecei a pensar nessa transitoriedade da vida e nas questões que sempre pensamos quando estamos diante de uma situação de risco. Lembro-me de que passou um filme pela minha cabeça.”
Nascido em Belo Horizonte e hoje com 72 anos, o fotógrafo revela que pertence aos grupos de risco, tanto pela idade quanto pela cirurgia a que teve de se submeter e, por isso, acabou ficando preso em casa.
“Realmente, fiquei recluso, com toda essa tensão e medo. Então, comecei a trabalhar nesse projeto. Uso a cintilografia e a radiologia junto com fotos e imagens de infância, construindo uma historiografia com uma narrativa. Foi através desses fragmentos de imagens fotográficas e radiológicas de vários anos e suportes diferentes que consegui construir a história.”
“Realmente, fiquei recluso, com toda essa tensão e medo. Então, comecei a trabalhar nesse projeto. Uso a cintilografia e a radiologia junto com fotos e imagens de infância, construindo uma historiografia com uma narrativa. Foi através desses fragmentos de imagens fotográficas e radiológicas de vários anos e suportes diferentes que consegui construir a história.”
Aristides explica que os fragmentos foram se encaixando uns aos outros à medida que foi construindo o livro. “Percebi isso durante o processo e fui formando uma engrenagem que foi dando construção a essa narrativa. O livro traz fotos minhas passeando pela Avenida Afonso Pena, em BH, quando tinha 7 anos; outras no Rio de Janeiro, quando minha família se mudou para lá; e também da Bahia, onde moro desde os anos 1970. E dentro desse arco temporal vêm todas as fotos que dão reflexões sobre essas questões da vida, como o destino, o percurso e outras relacionadas à vida, que são os elementos da natureza: água, fogo, terra e ar.”
Mas o fotógrafo revela que também vêm juntas todas as questões de afetividade. “Enfim, toda uma reflexão que originou o fato de estar recluso. Pra mim, o livro é uma forma de ver como o nosso trabalho pode elucidar situações, como a deste caos, de quando você se sente acuado, como é o meu caso, e de como a arte salva. Também há fotos tiradas em Salvador.”
Aristides garante que há fotos muito interessantes, como a do primeiro filme que revelou, em 1974. “Fotografei, revelei e ampliei de forma amadora. No livro tem a reprodução dessa ampliação, completamente analógica.”
Ele explica que a narrativa inclui registros familiares da sua infância e adolescência, divididas entre BH e o Rio de Janeiro, trazendo também fotos da infância dos dois filhos e o primeiro registro que fez de sua mulher, a atriz Joana Luiza Schnitman, na sua estreia com uma máquina fotográfica.
Ele explica que a narrativa inclui registros familiares da sua infância e adolescência, divididas entre BH e o Rio de Janeiro, trazendo também fotos da infância dos dois filhos e o primeiro registro que fez de sua mulher, a atriz Joana Luiza Schnitman, na sua estreia com uma máquina fotográfica.
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ESTREANTES
O fotógrafo Eugênio Sávio esclarece que o público poderá participar e comentar durante a transmissão da palestra ou mesmo acessar o conteúdo logo após a sua realização, pois ficará disponível no canal do Foto em Pauta no YouTube. O evento marca também a volta da nova edição do Prêmio Foto em Pauta, que editará publicações de autores estreantes.
“O projeto vem sendo realizado desde 2004, com a ideia de trazer personagens a BH para fazer palestras. Este ano será a primeira vez que vamos fazer de forma on-line.”
“O projeto vem sendo realizado desde 2004, com a ideia de trazer personagens a BH para fazer palestras. Este ano será a primeira vez que vamos fazer de forma on-line.”
Além do lançamento do livro de Aristides, Sávio destaca as participações das pesquisadoras Angela e Nadja no evento e a retomada do Foto em Pauta. “Ficamos parados no ano passado e só fizemos o Festival de Fotos de Tiradentes. Em 2020, no evento de Tiradentes, muitas coisas foram feitas de maneira on-line. Em 2021, queremos focar na questão dos livros de fotografia.”
Ele ressalta que o Foto em Pauta é hoje uma plataforma que os fotógrafos vêm usando e que está sendo muito forte no Brasil e no exterior, com muitos profissionais publicando seus trabalhos.
“Há vários livros de fotógrafos de BH e de outros estados, além dos que ainda serão publicados. Aristides é um nome importante na fotografia brasileira e tem uma trajetória de décadas de criação, já tendo publicado muitos livros. E nesse período de isolamento, publicou mais esse.”
“Há vários livros de fotógrafos de BH e de outros estados, além dos que ainda serão publicados. Aristides é um nome importante na fotografia brasileira e tem uma trajetória de décadas de criação, já tendo publicado muitos livros. E nesse período de isolamento, publicou mais esse.”
Sávio reforça que a cirurgia e o isolamento social estimularam o fotógrafo mineiro a fazer o livro. “Foi uma história difícil pra ele, que, durante a sua recuperação, ficou olhando para o próprio acervo e, através dele, construindo imagens.”
Quanto à volta do projeto, diz que está muito feliz. “Muitos eventos acontecerão nessa nova temporada. No período de isolamento do ano passado, tivemos incremento no número de seguidores nas redes sociais, no nosso canal no YouTube. Com isso, nos tornamos realmente uma plataforma de conteúdo on-line.”
Quanto à volta do projeto, diz que está muito feliz. “Muitos eventos acontecerão nessa nova temporada. No período de isolamento do ano passado, tivemos incremento no número de seguidores nas redes sociais, no nosso canal no YouTube. Com isso, nos tornamos realmente uma plataforma de conteúdo on-line.”
PREMIAÇÃO
Ele ressalta que criou o Foto em Pauta em 2004 e adianta que, em 20 de abril, estará de volta também o Prêmio Foto em Pauta. “Vamos editar a obra de alguém que ainda não tenha livro publicado. Nesse dia faremos uma live de lançamento para apresentar o edital e as regras. Esse é o diferencial. Como não será presencial, não teremos despesas com passagens e hospedagem dos participantes e, com isso, empregaremos o recurso na impressão do livro.”
Sávio ressalta que essa nova temporada será totalmente dedicada ao fotolivro, no intuito de trazer a experiência de pessoas que publicaram suas obras. “O livro de fotografia será o foco este ano, culminando no segundo semestre com a impressão da obra.” Ele lembra que já aconteceram cinco edições do Prêmio Foto em Pauta.
“NUM RASTRO DE RELÂMPAGO”
Aristides Alves
72 páginas
R$ 60
Lançamento nesta terça (6/4), às 19h30, com transmissão pelo YouTube do projeto Foto em Pauta