Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Seminário on-line 'Amanhãs' busca propor saídas para o mercado da cultura


Diante da suspensão de shows, espetáculos e festivais, além do fechamento de salas de cinema, museus e outros espaços culturais desde o início de 2020, cresce a preocupação com o impacto da COVID-19 sobre o setor artístico. Com o objetivo de jogar luz sobre as perspectivas dessa cadeia produtiva, será realizado em Belo Horizonte o seminário  “Amanhãs: Diálogos sobre o mercado cultural – O futuro das artes pós pandemia”, com painéis on-line nesta quinta (15/4) e sexta-feira (16/4).





Os próximos passos do setor cultural serão analisados por lideranças, agentes e gestores da área em várias regiões do país. A promoção é da produtora Pólobh, com apoio do Sesc em Minas. Gratuito e aberto ao público, o evento poderá acompanhado viaplataforma Sympla.

“Ao longo de 2020, o mercado se movimentou. Criou soluções para seguir atuando, levando arte ao público por meio da tecnologia e de soluções digitais. Entendemos que é a hora de pensar no futuro”, afirma Marisa Machado Coelho, diretora da Pólobh e idealizadora do seminário. “Muito se fala sobre o que ficará depois deste momento, como será a nossa forma de fazer cultura daqui para a frente. Entendemos que é importante a gente se juntar para discutir quais mudanças vão se refletir no nosso futuro”, diz ela.

PAINÉIS 
O seminário está dividido em quatro painéis. O primeiro, que vai abrir a programação, às 9h de hoje, é “Amanhã 1 – A era dos festivais”. A proposta é estimular a reflexão sobre os festivais e as mudanças necessárias para a continuidade deles. Participam da mesa virtual Fernando Zugno, diretor e curador das últimas edições do “Porto Alegre em cena”; Marah Costa, diretora de eventos da Belotur; Victor Magalhães, coordenador-geral do “Palco Hip-Hop”; Steffen Dauelsberg, CEO da Dellarte Soluções Culturais; e Lídia Mendes, da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.





Às 11h desta quinta, o painel “Amanhã 2 – Cultura e economia” discutirá o papel do mercado cultural na recuperação econômica do país pós-pandemia. Estarão em debate estratégias que podem ser adotadas por profissionais do setor, instituições culturais e pelo poder público para superar as dificuldades. Participam o secretário-adjunto de Cultura de Belo Horizonte, Gabriel Portela; a jornalista Carolina Braga, coordenadora do portal Culturadoria; Tatiana Silva, diretora-executiva do projeto “FA.VELA”; Eduardo Saron, dirigente do Itaú Cultural; e Karla Danitza Almeida, coordenadora de programação cultural do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal.

Na sexta-feira, será a vez dos painéis “Amanhã 3 – Acesso: para quem?”, que debaterá a democratização de espaços de arte e museus para além das exposições virtuais, e “Amanhã 4 – Centros culturais: Desafios e ressignificações”, que analisará o impacto da pandemia nesses espaços.

“Amanhã 3” vai reunir Kátia Latufe, diretora de negócios da Sympla; Leonardo Moraes, curador, etnomusicólogo e gestor do Grupo Negô Batista, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Antônio Grassi, diretor-presidente do Instituto Inhotim; e Milena Pedrosa, subsecretária de Cultura e Turismo de Minas Gerais.





“Amanhã 4” contará com as presenças de Eliane Parreiras, presidente da Fundação Clóvis Salgado; Natasha Faria, superintendente do Centro Dragão do Mar, de Fortaleza; Aline Vila Real, diretora de promoção das artes da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte; e a gestora cultural Ray Ribeiro.

“Esperamos que o seminário aponte caminhos. Ainda estamos no meio do susto, num terreno em que nem a problemática está esclarecida. Se a gente já tivesse certeza de que chegamos ao pior cenário e daqui para a frente aconteceria isso ou aquilo, seria mais fácil projetar soluções”, afirma Marisa Machado Coelho. “Ainda estamos na areia movediça, e esse ponto de vista será tratado. São muitas frentes de pensamento da arte e da cultura para trazer sinais de resposta”, conclui a diretora da produtora Pólobh.

“AMANHÃS: DIÁLOGOS SOBRE O MERCADO CULTURAL”
Hoje (15/4) e sexta-feira (16/4), das 9h às 13h. Transmissão pelo site Sympla.




Trabalhadores pagam a conta

O Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural indica que a economia criativa brasileira perdeu 458 mil postos de trabalho no último trimestre de 2020, em comparação ao mesmo período em 2019. De outubro a dezembro de 2019, havia 7,13 milhões de empregados no segmento. Nos três últimos meses do ano seguinte, esse contingente caiu para 6,69 milhões, sob o impacto da pandemia. A retração foi de 6,4%.

De acordo com estatística divulgada esta semana sobre postos de trabalho, a queda mais forte, de 18%, atingiu a área cultural. O número de empregados do setor caiu de 773,9 mil para 634,2 mil. No caso de ocupações específicas nas áreas de cinema, música, fotografia, rádio e TV, houve perda de 30%, fatia correspondente a cerca de  95 mil postos de trabalho.

Também se registrou a retração de 15% do número de trabalhadores nas áreas de apoio à indústria criativa. Nos outros setores da economia, a queda foi de 4,1%. Os números do setor criativo só não foram piores porque houve aumento de 24% nos postos ligados à área de tecnologia da informação.

O relatório completo está disponível aqui











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